Usuários relatam demora por atendimento para a Covid-19 na tenda da UPA Central, em Caxias
Estrutura foi remontada pela Prefeitura no final do mês de maio, com o aumento de casos da doença
A demora por atendimento na tenda em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central foi reclamada por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nesta quarta-feira (09/06), em Caxias do Sul. A reportagem da Tua Rádio São Francisco esteve pela tarde no local usado como sala de espera para triagem de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Foram observadas pessoas que estavam de duas a cinco horas no aguardo. Um dos pacientes contou que estava desde às 09h30min esperando para fazer o teste para o novo coronavírus e até às 15h não havia realizado o exame.
Este é o relato de Rai Bello, de 26 anos, natural da Venezuela. Ele mora há dois anos na cidade e trabalha na área da saúde. Bello afirma que o atendimento na recepção foi rápido, porém a parte de seleção para fazer ou não o teste estava demorado e a equipe da unidade não forneceu um prazo para fazer o serviço. Ele conta que está com os sintomas e o pessoal do trabalho falou para ele fazer o exame. O jovem necessita ainda levar o atestado médico para seu trabalho. (Clique AQUI e ouça a fala completa de Rai Bello).
Outra história parecida é a do Alair Borges de Oliveira, de 58 anos, morador do bairro Panazzolo. Ele atua na área de segurança e monitoramento. Oliveira estava desde às 11h na sala de espera e até às 15h não tinha sido atendido. Segundo seu depoimento, os sintomas da Covid-19 apareceram na madrugada de quarta-feira e, logo pela manhã, já foi procurar assistência na UPA Central. Oliveira conta que também foi recepcionado rapidamente, mas a mesma coisa não ocorreu na hora da triagem. Ele ressalta que ficaria aguardando até realizar o teste. (Clique AQUI e ouça a fala completa de Alair Borges de Oliveira).
Lado da Prefeitura
Para Tua Rádio São Francisco, o diretor da rede municipal de Urgência e Emergência, Fábio Baldisserotto, explica que, quando a UPA Central foi estruturada, havia um número determinado de equipes médicas para atuar no local. Com a chegada da pandemia, a procura por atendimento aumentou e os funcionários precisaram ser realocados para prestar assistência apenas para a Covid-19. Esta separação dificulta na agilidade do atendimento. (Clique AQUI e ouça a fala completa de Fábio Baldiserotto)
Sobre o chamamento de mais médicos para auxiliar na UPA, Baldiserotto fala que os profissionais que atuam na linha de frente sempre são os mesmos, faltando opção para conseguir mais equipes. Ele relata que não se consegue mobilizar outros médicos que trabalham em outras áreas da saúde para o combate à Covid-19. Outros problemas são os funcionários que se infectam pela doença e necessitam se afastar do serviço e também o fechamento da escala médica por falta de horário na agenda, uma vez que muitos atuam em hospitais e não possuem disponibilidade de plantão na UPA Central. O diretor esclarece que não há reposição imediata em caso de afastamento e se faz o possível para recompor o quadro de pessoal. Clique AQUI e ouça a fala completa de Fábio Baldiserotto)
O diretor pede que as UPAs da cidade sejam procuradas em casos de sintomas moderados ou mais graves, como falta de ar e fraqueza, ou pacientes com Covid-19 que apresentaram piora. Para sintomas leves, como coriza, tosse, febre baixa e dores no corpo leve, é solicitado que sejam buscadas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de referência ou a UBS São Vicente, utilizada para atender suspeitos ou confirmados por Covid-19.
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