A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) está em movimento para reverter a recente decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos à base de fenol em procedimentos no Brasil. A medida foi tomada após a morte de um jovem de 27 anos em São Paulo, decorrente de complicações de um peeling de fenol realizado em uma clínica estética sem a devida especialização ou autorização.

Em entrevista à Tua Rádio Cacique, a Dra. Rosemarie Mazzuco, presidente da SBD no Rio Grande do Sul, expressou surpresa e preocupação com a decisão da Anvisa. "Pegou todos os médicos de surpresa, porque a gente usa o fenol na medicina, não só na dermatologia, mas também na cirurgia plástica e em outras especialidades, há mais de 80 anos. Não temos relatos de morte pelo uso moderno do fenol na medicina, seguindo todos os critérios e guidelines de segurança", afirmou.

Rosemarie destacou que o fenol é um componente essencial no arsenal de tratamentos médicos e estéticos e que sua proibição causa um grande prejuízo para os profissionais habilitados e para os pacientes. "É uma medicação que tem que ser usada por um médico especialista com treinamento adequado, não só no uso do fenol, mas também no manejo de emergências que podem ocorrer durante qualquer procedimento invasivo", explicou.

A SBD, juntamente com o Conselho Federal de Medicina, está trabalhando desde o início deste mês para reverter a determinação da Anvisa. "Estamos aguardando o posicionamento da Anvisa e da justiça nos próximos dias. A proibição afeta não só os médicos, mas também os pacientes que estavam com procedimentos agendados”.

A médica também ressaltou a importância de restringir o uso de fenol apenas para profissionais capacitados, o que poderia prevenir casos de uso inadequado por pessoas não habilitadas. Ouça a entrevista.