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“A bala de prata seria um ICMS de 31%, mas não faremos isso!”, diz Feltes em Caxias do Sul

por Noele Scur

Corte de repasses federais não são descartados por falta de pagamento à União

Para Feltes , situação é ainda pior que em outros governos
Foto: Noele Scur/RedeSul

O secretário Giovani Feltes teve calorosa recepção dos diretores e empresários da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul durante reunião-almoço nesta segunda-feira (03). O presidente da entidade, Carlos Heinen, elogiou a coragem sobre ter dito a verdade com ‘nada de enrolação’ aos gaúchos. Ele se referia ao anúncio sobre os parcelamentos de salários dos servidores na sexta-feira (31). O secretário definiu o momento econômico do Rio Grande do Sul como angustiante e de emergência. "O que tem de diferente? As alternativas são bem mais escassas", disse (Acompanhe os trechos completos das declarações em áudio)

Feltes apresentou dados sobre as finanças. Entre eles, faltam R$ 5,4 bilhões aos cofres do Piratini a cada mês para manter o caixa em dia. O valor representa três folhas de pagamento do funcionalismo público. Cada folha equivale a R$ 1,8 bilhão. Conforme Feltes, em 44 anos, 37 foram de mais gastos do que arrecadação. Sobre vender imóveis públicos para sair da grave situação, ele projetou inviável. Heinen havia sugerido a opção durante pronuciamento. "Mesmo que tivesse alguém para comprar um volume médio, daria R$ 1 bilhão, 20% do que é o furo do estado", disse. O governo realiza um levantamento sobre o patrimônio.

Terceiro ajuste fiscal - Na próxima sexta-feira, ocorre o anúncio da terceira fase do ajuste fiscal. Entre as previsões, está o possível aumento do ICMS. Feltes afirmou que se o imposto saltasse dos atuais 17% para 30% ou 31%, seria a 'bala de prata' para a economia gaúcha, mas descartou que o governo tome essa medida pelo risco de quebrar todas as empresas.

Reunião com a presidente - Nesta terça-feira (04), o governador José Ivo Sartori, se reúne com a presidente Dilma Rousseff. O secretário admitiu riscos de que o estado perca recursos da União por falta de pagamentos do Rio Grande do Sul. Ele garaniu que, desta vez, Sartori estará presente no anúncio. "Não é só anunciar medidas, por mais duras que possam ser, mas projetar para o futuro", disse.

Custos

O secretário explicou que não cabe ao executivo definir os salários dos outros poderes, legislativo e judiciário. Questionado sobre ser favorável a mudanças em benefícios nesses poderes por parte do congresso nacional, ele defendeu a convivência harmônica. Sobre secretários e assessores chegarem a receber cerca de R$ 8 mil por participações em conselhos de estatais, Feltes garantiu que o valor é  somente relacionado ao Banrisul. Em outros casos, ele afirmou que chegam a R$ 2,4 mil. A participação dos conselheiros pode ser apenas em reuniões mensais.

 

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