O Instituto de Gestão e Humanização (IGH) que administra e contrata os profissionais que atuam na Unidade de Pronto Atendimento 24 H (UPA Zona Norte) voltou a ser alvo de denúncias na Câmara Municipal. Durante a sessão desta quinta-feira (01), o vereador Alberto Meneguzzi apresentou alguns dados das informações que vieram do Executivo à seu pedido e expôs inadequações do IGH com a questão trabalhista.

Conforme o parlamentar, consta nos registros-ponto que há servidores trabalhando mais de 300 horas por mês. Meneguzzi expôs que uma das médicas trabalhou no em julho 390 horas e que esta mesma profissional realizou em torno de 1.146 consultas em apenas um mês, o que daria mais de 30 atendimentos trabalhando todos os dias. “Quando é que essa profissional descansou? Quando é que essa profissional folgou? E ainda tendo uma outra matrícula trabalhando no serviço público, numa UBS. Então eu fico preocupado com a saúde dos profissionais. O paciente, aquele que procura a UBS vai ter um atendimento deficitário, porque vai encontrar um profissional cansado”, ressaltou.

Outro ponto levantado por Meneguzzi é questão da concentração dos recursos para o pagamento do salário dessa médica. Segundo ele, no mês de junho a profissional ganhou R$ 46.200 devido às horas extras. Nos primeiros seis meses deste ano a média salarial da servidora foi de R$ 41.400.

Em aparte, o vereador Paulo Périco (MDB), classificou a situação como desumana. “Talvez, essas 390 horas são porque não têm médicos que queiram trabalhar para o Município de Caxias do Sul, porque [o prefeito Daniel Guerra] brigou com todos os médicos. Aí sobra para aqueles poucos que lá estão essa carga horária desumana. Agora full time e ainda trabalhar em uma UBS? Olha, isso daqui é mágica, 13 horas por dia, quer dizer, é sobre-humano isso. Agora, então alguma coisa está acontecendo e onde está a Secretaria da Saúde?”, questionou.

Os profissionais da saúde geralmente cumprem a carga horária de 12/36, ou seja, trabalham 12 horas por dia e descansam 36 horas, totalizando cerca de 160 horas por mês. Diante da situação, Meneguzzi afirmou que irá encaminhar as informações obtidas sobre o excesso de carga horária dos servidores da Upa Zona Norte para o Ministério do Trabalho, para que faça a intervenção necessária.

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