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Confira a explicação para o tremor de terra registrado em quatro bairros de Caxias do Sul

por Daniel Lucas Rodrigues

Para a Tua Rádio São Francisco, o geólogo e diretor de Gestão Ambiental da Semma, Caio Torques, detalhou a possível causa e demais teorias para o fenômeno

Imagem retirada de vídeo que registrou as famílias saindo de casa devido ao tremor de terra, em Caxias
Foto: Divulgação

Quatro bairros de Caxias do Sul registraram tremores de terra na madrugada desta segunda-feira (13/05). Moradores dos bairros Jardim América, Universitário, Madureira e Pio X saíram momentaneamente de suas residências em razão do susto gerado pelo fenômeno. Mas não é a primeira vez que tremores ocorrem no município. Por exemplo, houve dois casos no ano passado nas regiões do Castelo e Jardim América, que também registrou ocorrências em 2008 e 2010.

Em entrevista à Tua Rádio São Francisco, o geólogo e diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), Caio Torques, explica que os tremores de terra se propagam, em sua maioria, lateralmente nas rochas, considerada uma estrutura maçica para atuação do fenômeno. Ele coloca que casos recorrentes, como no Jardim América, pode acontecer devido aos materiais estarem mais expostos à superfície do bairro, o que colabora para uma vibração maior nesse tipo de solo. Em virtude do tremor ter atingido Caxias de forma lateral, mais localidades puderam sentir as trepidações. Torques aponta que essas justificativas ainda são tratadas como hipóteses.

O Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB) apontou que a Serra Gaúcha registrou três tremores de terra. O primeiro, de 2,4 graus, à 1h48 em Bento Gonçalves; o segundo, às 2h58, em Caxias do Sul, de 2,3 graus; e o terceiro às 3h03, com a mesma intensidade, em Caxias.

Caio Torques considera que a intensidade do fenômeno está associada ao excesso de água absorvido pelo solo. Na cidade, os acumulados de chuva ficaram entre 200mm/250mm entre sexta-feira passada e domingo, segundo a MetSul Meteorologia. Conforme ele, é natural que no subsolo dos derrames vulcânicos, presentes na Serra, formem-se os chamados "vazios", que tendem a ser preenchidos com toda a água advinda das fortes chuvas dos últimos dias. Esse processo gera superfícies de deslizamentos subterrâneos para lubrificação causada pela água, ocasionando os tremores sentidos em bairros da cidade. Torques ressalta que foi um evento esperado por conta do grande volume de chuvas no município.

Em relação a possíveis perigos de um fenômeno como esse, o geólogo fala que os abalos sísmicos dificilmente devem ultrapassar a magnitude registrada na madrugada desta segunda. O máximo que poderia chegar seria 3.6 graus na escala Richter, com vibrações que não têm poder destrutivo. Ele alerta que os tremores associados ao excesso de chuva, situação vivida atualmente, representam risco a pessoas que moram próximo a beiras de encosta. Essa ameaça acontece por possibilidades de deslizamentos, quedas de árvores e de blocos de rocha. Somente as trepidações não colocam em risco à vida da população caxiense.

Devido a essa situação, ele afirma que uma evacuação apenas ocorreria se os tremores fossem sentidos por famílias que vivem em áreas de risco. A população que mora em regiões sem esse perigo não necessita deixar suas casas.

Torques esclarece que a detecção de tremores pelas pessoas é mais fácil à noite ou na madrugada, pois há um grau significativo de silêncio, sem a presença de tantos veículos e público na rua. Por conta do alto barulho, muitos não sentem os abalos sísmicos durante o dia. 

CONFIRA AQUI A ENTREVISTA COMPLETA.

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