Cerca de cem homens já passaram pelo Grupo Reflexivo de Gênero em Marau
Projeto busca a diminuição da reincidência nos casos de violência contra a mulher
Marau faz parte dos municípios que desenvolvem atividades reeducativas para homens autores de violências contra as mulheres. Baseado no modelo do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o Grupo Reflexivo de Gênero iniciou em 2022 e envolve, além do Poder Público de Marau, o Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria Pública e Delegacia de Polícia Civil.
De acordo com o psicólogo e coordenador do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Augusto Fassina, o projeto tem como principal objetivo evitar a reincidência no caso de violências e abusos sofridos pelas mulheres de Marau. Homens que foram denunciados ou que já respondem por processos ligados à Lei Maria da Penha são encaminhados ao grupo.
São seis encontros que discutem questões jurídicas, penais e de responsabilização pelos crimes. Também é feito um trabalho de educação sobre os tipos de violência existentes e como são praticadas. Augusto ainda destaca que o projeto não é focado apenas na violência física, mas sim em todas as situações de abuso a que uma mulher possa ser submetida.
A reflexão busca ainda a desconstrução de ideias moldadas desde a infância e que contribuem para o comportamento violento, tais como, o entendimento de que o homem não pode demonstrar fragilidades e que deve assumir o controle do relacionamento e da mulher.
Segundo Fassina, esse tópico é importante uma vez que muitos homens chegam ao projeto sem ter consciência do dano que podem ter causado na vida das mulheres. Outra temática abordada é a da saúde, envolvendo conversas ligadas à questão emocional, sexual e de vícios.
Todo o programa, destaca Augusto, é pensado para além da responsabilização dos crimes, buscando um número cada vez menor de reincidências da violência cometida contra a mulher. Cerca de 100 homens já passaram pelo projeto.
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