A falta de verba destinada ao Hospital Pompéia de Caxias do Sul chega a R$ 2,8 milhões. No Hospital Geral, a situação atinge R$ 3 milhões. Os valores são referentes ao Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar (IHOSP), que não foram repassados neste ano pelo governo do estado e já acumulavam atrasos do governo anterior. O corte no orçamento do Ministério da Saúde soma, ainda, mais um agravante nas contas. Diante do cenário, os gestores dos dois hospitais que atendem pelo SUS em Caxias do Sul recorrem a medidas para contornar a situação.  

No Pompéia, os leitos de obstetrícia e pediatria do SUS passam a dividir espaço na ala dos leitos privados, localizada no 3º andar. “É uma readequação estrutural que se impõe frente à necessidade, como a pediatria não é a principal referência do SUS do hospital Pompéia...É com tristeza que temos que discutir essa situação”, afirma o superintendente, Francisco Ferrer.

Apesar de não confirmar informações de que um alto número de funcionários teria sido demitido do hospital na última semana, o superintendente admite que a readequação do quadro funcional faz parte das reestruturações dos hospitais filantrópicos e santas casas no estado. “Estamos gradualmente adequando a estrutura, mas não chega a esse número”, disse.

No HG, os atendimentos e as equipes de trabalho estão mantidos por enquanto, conforme afirma o presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul, Ambrosio Bonalume. Segundo ele, a comissão formada para buscar uma solução, procura agendar uma reunião com o governador. “Presumo que nos próximos 15 dias estaremos reunidos com o governador para uma solução ao HG. Por enquanto não foram tomadas medidas para diminuir atendimento e quadro de funcionários, mas precisamos, sem sombra de dúvidas, que o estado nos aporte recursos”, disse.

A comissão no HG é formada por Bonalume, reitor Evaldo Kuyava, professor Izidoro Zorzi e presidente da CIC, Carlos Heinen. Em 4 de agosto, irá ocorrer o movimento do Dia ‘D’ Nacional sobre hospitais filantrópicos em Brasília.