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Frente Parlamentar e Comissão de Saúde são mediadores em demandas dos autistas

por Clayton Camargo

Vereadores, famílias e representantes da Unimed estiveram na reunião pública promovida nesta quinta-feira (22/02), na Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi

Foto: Vania Marta Espeiorin

Diálogo e busca de alternativas para que crianças com transtorno do espectro autista (TEA) não fiquem sem a garantia de determinados atendimentos via plano de saúde movimentaram a reunião pública que a Frente Parlamentar de Conscientização e Defesa dos Direitos dos Autistas (FPCDDA) e a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA) promoveram na noite desta quinta-feira (22/02). O encontro lotou a Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi, no Legislativo caxiense, com a presença de mais de 100 familiares de autistas.

Os trabalhos foram conduzidos pelos vereadores Olmir Cadore/PSDB (presidente da CSMA) e Tatiane Frizzo/PSDB (presidente da FPCDDA), que destacaram entre os encaminhamentos do encontro a reivindicação de apoio de representantes da cidade no Congresso Nacional na luta por regulamentação das terapias mais personalizadas aos autistas via planos de saúde e também uma abertura de parte da Unimed no sentido de uma transição com tempo maior das crianças que possuem atualmente os atendimentos. 

Representando a Unimed, estiveram na mesa de autoridades o presidente da cooperativa, André Germano Leite, e o vice-presidente, Lisandro Pavan, ambos médicos. Também compareceram ao encontro, além de Cadore e Tatiane, os vereadores Rose Frigeri/PT, Lucas Caregnato/PT, Alexandre Bortoluz/PP, Elisandro Fiuza/REPUBLICANOS e Maurício Scalco/PL. Os parlamentares que pediram a palavra demonstraram solidariedade à causa das famílias, as quais ergueram cartazes pedindo continuidade nos atendimentos no formato que vinham sendo feitos.

O motivo da mobilização foi um comunicado da cooperativa aos usuários do plano, com base em definição da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS), de quem os atendimentos de Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e Terapia Assistida (AT) não seriam mais prestados aos autistas nos ambientes escolar e familiar porque não haveria mais cobertura.  Esses atendimentos, entretanto, continuariam sendo disponibilizados de forma clínica. Os pais que utilizaram o microfone durante a reunião reclamaram que não teria havido uma transição desse processo e relataram que seus filhos tiveram grande progresso, principalmente, no âmbito escolar com as terapias mais personalizadas.

Representando os pais, a advogada Camile Prado Ramos Piccoli ressaltou os benefícios da terapia ABA e do terapeuta para que esse método seja aplicado e reclamou que tratamentos teriam sido cancelados pelo plano de saúde sem uma comunicação oficial. Mãe de autista, Josiane Borges se emocionou ao falar das conquistas do filho no ambiente escolar tendo as terapias via plano de saúde. Pediu para a Unimed buscar uma alternativa de atendimento para que ela não tenha de tirar seu filho do ambiente de ensino. Também pai de autista, o matrizeiro Daniel Schmidt perguntou se o atendimento clínico estaria garantido, ao que os representantes da cooperativa disseram que sim.

O presidente da cooperativa, André Germano Leite, explicou que a operadora precisa  seguir as determinações da ANS. Também ressaltou que não há profissionais suficientes para atender o número crescente de casos de autistas. Ao mesmo tempo, se colocou aberto a conversar a respeito de um maior tempo de transição. Leite também disse que a Unimed investe R$ 25 milhões/ano em tratamento de pacientes com transtorno do espectro autista e, no mês que vem, vai inaugurar a principal casa TEA do Rio Grande do Sul. “Teremos o modelo mais moderno de atendimento com capacidade de atender de 200 a 400 crianças por mês. A Unimed faz parte de um problema para o qual precisamos construir soluções, que é o crescimento exponencial de casos de TEA. Eram 60 casos em 2019 e, hoje, são quase 900. É um problema médico importante. São pessoas que precisam e, ao longo da vida, temos que fazer um investimento para que tenham autonomia. Mas temos uma responsabilidade com a qualidade no atendimento. Por isso, estamos abertos a dialogar, criar soluções, construir alternativas”, pontuou o presidente, informando que, nesta semana, conversou com mães e tem recebido os vereadores para tratar do assunto.

No caso da Frente Parlamentar (FPCDDA ), além da presidente Tatiane Frizzo, participam os legisladores Adriano Bressan/PRD, Alexandre Bortoluz/PP, Elizandro Fiuza/REPUBLICANOS, Lucas Caregnato/PT, Lucas Diel/PDT, Marisol Santos/PSDB, Olmir Cadore/PSDB, Rafael Bueno/PDT e Rose Frigeri/PT.

A CSMA conta com o presidente Cadore e os parlamentares Rafael Bueno/PDT, Adriano Bressan/PRD, Estela Balardin/PT e Renato Oliveira/PCdoB.

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