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Uili Bergammín Oz: como Dom Quixote, ele quer mudar o mundo

por Pablo Ribeiro

Escritor e palestrante foi o entrevistado do Conectado Perfil, na manhã deste sábado (25)

Foto: Pablo Ribeiro / Tua Rádio São Francisco

Ele é escritor, palestrante e empresário, com mais de 50 mil livros vendidos. Nascido em Bento Gonçalves, filho de Cotiporã e adotado por Caxias do Sul, Uili Bergammín Oz contou suas histórias de vida no programa Conectado Perfil da Tua Rádio São Francisco, na manhã deste sábado (25).

Ouça o programa completo:  PARTE 1  |  PARTE 2  |  PARTE 3

Uili Bergammín Oz nasceu em 02 de fevereiro de 1979 em Bento Gonçalves, na Serra. Aos oito anos, mudou-se com a família para Cotiporã, onde seus avós paternos moravam. É filho de José Carlos Bergammín (já falecido) e Ilma Machado Bergammín. “Sempre fui arteiro e muito criativo. Não era artista, era arteiro. Quebrava vidro, chorava e incomodava. Minha mãe me levou até no psiquiatra”, conta. Apesar de ser “arteiro”, como o próprio Uili se considera, a responsabilidade sempre norteou sua vida na escola. “Eu era da turma do fundão, mas na hora do trabalho e da nota, eu me garantia”.

Bergammín veio para Caxias do Sul quando tinha seus 20 anos, com o intuito de trabalhar. Em Cotiporã, desde os 16 anos, ele trabalhava em um hospital, onde foi demitido após cinco anos de trabalho. Trabalhou ainda em um cartório. Um amigo que trabalhava no Hospital Pompéia, em Caxias, soube que o rapaz estava desempregado e lhe conseguiu um emprego no hospital caxiense, porém a realidade era muito diferente de Cotiporã. “Teve um baque muito grande, pois trabalhar em um hospital de Cotiporã era uma coisa, e trabalhar no Pompéia era outra. Foi muito forte pra mim e não me adaptei”, lembra.

O sonho das letras

O sonho de ser escritor foi acalentado ainda na adolescência, porém não era um assíduo leitor, pois estudava a noite e trabalhava durante o dia. Quando concluiu o Ensino Médio é que Uili se tornou um leitor, mas da forma mais inusitada possível. “No lugar mais esquisito que se possa imaginar. Eu me torno leitor no banheiro de casa. Minha irmã tinha esquecido uma adaptação de Dom Quixote e eu começo a ler e me encantei. Me identifiquei com aquele personagem, que queria mudar o mundo e era um idealista”.

Vendo o fascínio que Uili consumia a história de Dom Quixote, sua irmã começou a lhe trazer outras obras. Livros que ele tinha a seu dispor na época de escola, mas que não dava muita importância. “A gente precisa perder uma coisa para poder valorizar”. Foi neste momento que Uili despertou para a leitura. E, depois, para a escrita. “Quando a gente começa a ler demais, começa a ferver de ideias e querer colocar isso no papel. Aí comecei a escrever e não parei nunca mais”.

Já vivendo em Caxias do Sul, Uili soube que teria um concurso para escolha do hino da cidade de Cotiporã. Ele não perdeu tempo e ecreveu, porém muito antes de o regulamento ser divulgado. “Quando saiu o regulamento, ele era bastante engessado e totalmente diferente do que eu tinha feito. Tentei adaptar e mandei, e ganhei. A música foi de Mário Michelon”.

Depois do Hospital Pompéia, Uili foi para a Livraria do Maneco e, depois, para a Do Arco da Velha. Fez Concurso Público e foi chamado para administrar a Sala de Cinema Ulisses Geremia no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Após, foi transferido para a Biblioteca Pública, onde ficou por cerca de seis anos, até perceber que o trabalho estava lhe limitando, pois estava recebendo muitos convites para realizar palestras. “Minha esposa me propôs para adquirirmos a agência de viagens que ela trabalhava. Eu tirei uma licença e a agência deu certo. Gostei dessa liberdade e me exonerei do cargo na Biblioteca Pública"

Uili Bergammín Oz é autor de duas dezenas de livros, entre eles "O Sino do Campanário" (contos), "Cela de Papel" (novela), "Do Útero do Mundo" (poesias), "Contos de Amores Vãos" (contos), "A Mordaça" (juvenil), "Bisbilhoteca" (infantil), "As Novas Aventuras de Dom Quixote" (juvenil) e "O Deserto de Nós" (novela).


Foi escritor homenageado nas cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Veranópolis, Cotiporã, Tupandi, Salvador do Sul, Nova Petrópolis e Vacaria, além de dezenas de cidades visitadas a convite de prefeituras, SESC, Universidades e outras instituições de ensino.

Os textos de Bergammín Oz já foram adaptados para o cinema, teatro, música, artes visuais, espetáculos de dança e outros suportes artísticos. Suas obras são estudadas como leitura complementar em diversas instituições de ensino e alguns de seus livros estão traduzidos e publicados na Espanha. Sua presença é cada vez mais solicitada em eventos literários e motivacionais em todo o Rio Grande do Sul e fora dele.

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