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Omair Trindade: o quero-quero da tradição gaúcha

por Jeferson Ageitos

Tradicionalista atravessou fronteiras para divulgar costumes gaúchos e integrar os povos latinos

Foto: Jeferson Ageitos

Os pais sempre foram apaixonados pelo tradicionalismo gaúcho. Nunca impuseram nada a nenhum dos oito filhos, mas quis a sorte que o mais velho, Omair Ribeiro Trindade, seguisse os mesmos passos. Hoje, ele só sabe agradecer. É reconhecido no Brasil e no exterior como um dos grandes tradicionalistas gaúchos. Conhece a História do Rio Grande do Sul e trabalha pelo culto às raízes dos antepassados.

Omair tinha seis anos quando a família saiu de Santiago rumo a Bento Gonçalves. O pai era maquinista do Exército e tinha sido transferido para o Batalhão Ferroviário da Terra do Vinho. Nas Missões e na Serra, o menino cresceu atento aos ensinamentos de quem o antecedeu. Foi assim que deu os primeiros passos na cultura gaúcha.

Dedicado, Omair também se lançou aos livros. Pesquisou e fez publicações sobre fatos históricos do Rio Grande do Sul. Conviveu ainda com grandes nomes da música gaúcha, como Jayme Caetano Braun e José Cláudio Machado. O que só fez crescer.

Hoje, aos 69 anos, por onde anda, ele faz questão de comunicar e dizer no RS vive um povo apaixonado pelas raízes. Ele mesmo, aliás, sabe comunicar como poucos e tem os microfones como grandes companheiros de batalha. Trabalha em rádio há mais de 40 anos e durante duas décadas apresentou um programa de TV voltados ao culto às tradições. “Todos nós viemos de uma trilha de tantos outros que nos deixaram um legado. Nós temos que transmitir isso para as novas gerações”, afirma.

Omair Trindade foi o entrevistado do programa Conectado Perfil desse sábado (23). Lembrou a primeira edição da Cavalgada Internacional dos Cavaleiros da Paz, realizada em junho de 1990, quando um grupo de amigos colocou em prática a ideia de levar a cultura do RS para outras querências e integrar os povos latinoamericanos. Desde então, os Cavaleiros da Paz já visitaram 13 países. Omair participou de algumas dessas aventuras. Em uma delas, cruzou a Cordilheira dos Andes numa viagem de 64 dias. “Foi em 1993. Molhamos as patas dos nossos cavalos no Atlântico, em Cidreira, e depois no Pacífico, em Valparaíso (no Chile)”, recorda, com um farto sorriso no rosto.

Omair é um trovador (dos bons! tem o dom do improviso) e faz poesia o tempo todo. Acredita que o movimento gaúcho não vai morrer. E renova a crença toda vez que se atenta às coisas simples da vida: “cada sorriso de criança, cada choramingo de gaita, cada ponteio de violão, cada grito do quero-quero”, destaca. Omair só não diz que ele é o próprio quero-quero: um guardião das tradições gaúchas.

Confira a entrevista completa no podcast ao lado.

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