Vereador cobra respostas da Prefeitura caxiense no MP por corte do transporte a alunos de escola estadual
Baixar ÁudioInstituição é a Avelino Boff, em Fazenda Souza. Verba seria repassada ao Município para contratação da empresa
O vereador Rafael Bueno (PDT) encaminhou uma documentação junto ao Ministério Público Estadual (MP), nesta semana, a fim de obter respostas sobre o corte do transporte para alunos do noturno da Escola Estadual de Ensino Médio Avelino Boff. A instituição se localiza em Fazenda Souza.
O contrato entre o Estado e a Prefeitura de Caxias do Sul teria terminado em 2017, o que impactou em 60 alunos ausentando-se das aulas em um turno que abrigava 90 estudantes do ensino médio. Atualmente, apenas 30 pessoas frequentam o colégio à noite. A diretora da Avelino Boff, Rosicler da Rosa, relata que o transporte foi retirado no ano passado, por meio de um comunicado da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), que teria afirmado que a Secretaria Municipal de Educação (Smed) não realizaria mais esse serviço à escola. “Os pais ficaram revoltados, até acharam que era um problema da escola, mas falamos que estávamos obedecendo ordens. Agora, temos 30 alunos no noturno, mas muitas vezes eles faltam, ”, revela.
Conforme Bueno, a direção do colégio o procurou e relatou a situação do corte do transporte para os alunos. Essa ação foi efetuada para que o parlamentar intermediasse o problema junto ao Ministério Público Estadual. O vereador quer saber o real motivo para o cancelamento desse contrato entre o órgão estadual e municipal. “É preocupante e triste para os estudantes da comunidade, pois muitos são do interior de Fazenda Souza que precisam se deslocar em longas distâncias até lá [ a escola Avelino Boff]”, coloca
A preocupação de Rosicler é constante visto que a instituição é a única em Fazenda Souza e era um acesso facilitado aos alunos que moram nesse meio. Ela afirma que o transporte era essencial para comunidade, pois os estudantes deixavam de se deslocar para colégios na parte urbana do município. “Os nossos alunos são do campo e eles não tem como ir para outro colégio. E é uma escola que foi conquistada pela comunidade, ela é bem nova, um pouco mais de 10 anos. Foi uma grande conquista, pois os alunos do [meio] rural não tinham como ir até o centro estudar. E agora que tinham, houve esse corte do transporte. ”, avalia
O parlamentar ainda explica que uma verba era repassada pelo Estado ao Executivo caxiense, que realizava a administração do recurso para a contratação do transporte. “Com esse corte, a grande maioria dos alunos acabou desistindo de estudar, porque eles precisam percorrer grandes distâncias para chegar até a escola. ”, afirma.
Agora, o pedido de providências está no Ministério Público Estadual com a promotora Simone Martini. O próximo passo é a anexação de documentos para comprovar o impacto do corte a fim de abrir um inquérito civil público.
Contraponto da Smed
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) respondeu que "O transporte foi suspenso, pois o Município não oferece transporte escolar no período noturno. Na ocasião, a 4ª Coordenadoria Regional da Educação (4ª CRE) foi informada. Como são alunos da rede estadual, cabe ao Estado providenciar outra forma de atendimento, se assim achar pertinente".
(Ouça a matéria na aba "Ouvir notícia" abaixo da manchete).
Comentários