Em um clima de emoção e celebração, a Lefan (Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados) realizou a formatura de mais uma turma de jovens aprendizes, que concluíram o programa de qualificação profissional nas áreas de vendas e administração. Este evento marcou o encerramento das atividades de 2024, ano em que a instituição acompanhou cerca de 220 adolescentes, entre 14 e 17 anos incompletos, com foco no desenvolvimento de habilidades que podem mudar o rumo de suas vidas.

De acordo com Aline Daniela de Moraes, educadora social da Lefan, o trabalho da instituição é pautado em atender jovens em situação de vulnerabilidade social. "Nós trabalhamos com aprendizagem profissional no contraturno escolar, oferecendo 30 horas semanais. A seleção dos alunos é feita com base em critérios que envolvem a vulnerabilidade social e outros parâmetros", explica Aline, que tem 38 anos e está na instituição há vários anos.

A educadora ressalta que, para ela, o trabalho vai além do ensino. "Nós aprendemos mais do que ensinamos. A evolução dos alunos, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal, é visível. É gratificante ver que muitos desses jovens já estão empregados ou com a perspectiva de um futuro melhor", conta Aline, se referindo ao impacto das atividades realizadas ao longo do ano.

O objetivo da Lefan não é apenas aumentar números, mas sim qualificar e transformar vidas. "Buscamos extrair o melhor dos nossos alunos e prepará-los não só para o mercado de trabalho, mas também para a vida", afirma Milena Herculano de Souza, outra educadora social da instituição.

Transformando vidas

Bruno Samuel Bopsen, educador social há seis meses na Lefan, compartilha a importância de seu trabalho com jovens em situação de vulnerabilidade. "O objetivo é não apenas proporcionar a qualificação profissional, mas também inserir esses jovens em uma rede de oportunidades, no acesso a direitos e à cidadania. Isso é fundamental para que eles construam um futuro digno", reflete Bruno.

Para ele, o programa é uma importante ponte entre a realidade dos jovens e as oportunidades que a cidade de Caxias do Sul oferece. "A cidade tem muitas vagas no mercado de trabalho, e nosso papel é integrar os jovens a essas oportunidades, oferecendo uma formação que os prepare tanto em aspectos técnicos quanto comportamentais", destaca.

O olhar dos jovens

Durante a cerimônia de formatura, os próprios alunos deram seus depoimentos sobre a experiência. Emanuelle Garcia, de 15 anos, destaca a importância do curso para seu crescimento pessoal e profissional. "Aqui, eu fiz novas amizades, aprendi coisas que não vi na escola e me senti mais confiante para o mercado de trabalho. Quero ser uma grande pessoa, conquistar meu sonho de fazer um curso de veterinária e ter minha loja", revela Emanuele, com planos bem definidos para o futuro.

Arthur, de 16 anos, também compartilha seu entusiasmo. "Foi minha primeira experiência de trabalho e gostei muito do pessoal. Foi algo surreal e muito importante para a minha carreira", afirma Arthur, que enxerga na Lefan uma etapa essencial para sua formação profissional.

Olhar para o futuro

A formatura não só representa um encerramento de ciclo, mas também um marco para o futuro desses jovens. Os educadores, como Aline e Bruno, têm uma visão otimista para 2025. "Nossa perspectiva é de crescimento, tanto em número de alunos quanto na qualidade da formação. Queremos continuar aperfeiçoando nossos processos para que mais jovens possam ter acesso a um futuro profissional", conclui Bruno, com a esperança de que o próximo ano traga ainda mais resultados positivos para os adolescentes atendidos pela Lefan.

Sobre a Lefan

O programa de Aprendizagem Profissional fornecido pela Lefan visa a formação adolescentes e jovens e amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho, os tornando mais promissores para o futuro.

A Aprendizagem Profissional tem como proposta oportunizar aos adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social a formação e a inserção profissional. Os participantes são inseridos no Programa Jovem Aprendiz, do Ministério do Trabalho e durante a realização do curso receberão salário como jovens aprendizes de empresas cotizadoras e parceiras do projeto.

É mantido pela Associação Literária São Boaventura e recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O curso possui carga horária de 836 horas, distribuídas entre aulas teóricas e práticas e a vivência nas empresas.