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Inadimplência preocupa a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Guaporé

por Eduardo Cover Godinho

Entidade incluiu no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mais de mil nomes nos primeiros seis meses

A inadimplência do consumidor guaporense subiu no primeiro semestre de 2015, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados apresentados pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), de Guaporé, mostram que mais de 1,1 mil pessoas efetuaram compras a prazo no comércio local e não conseguiram quitar suas dívidas. O número não foge muito ao verificado em 2014, mas acende o sinal de alerta nos proprietários dos estabelecimentos comerciais, visto que o momento vivido no Brasil é de recessão. O crescimento no desemprego, após muitos anos sem o registro de dados negativos, é um dos fatores que faz com que muitas pessoas, que ainda estão no mercado de trabalho, deixem de comprar e esperem novamente o momento de investir em bens materiais como geladeira, televisão, notebook, vestuário, veículos, entre outros.

“Esta crise está a nível Brasil e não há nada a ser feito. Os lojistas têm que ter muita cautela nas vendas e na liberação de crédito aos consumidores. Portanto a hora é de enfrentar a realidade e ‘ajustar as velas’, atravessar a tempestade e o mar revolto. Atingir resultados com o mínimo da perda de recursos, fazer o melhor uso possível do dinheiro, do tempo, de materiais e da sua capacidade de inovação. Salientamos que o SPC está aqui para evitar vendas mal feitas. Esta crise já estava prevista, conforme havia destacado o economista Marcelo Portugal, em sua palestra em 2014 aqui em Guaporé”, destacou Mairi Coser, presidente da CDL Guaporé.

Segundo a entidade, 1.126 pessoas foram negativas no SPC em Guaporé nos primeiros seis meses de 2015. Destas, 784 buscaram limpar o nome na praça. No mês de maio, a CDL incluiu no SPC 280 registros, enquanto em junho 138. O cadastro da entidade é um dos serviços disponibilizados no Brasil, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, a manter em sua base o nome dos consumidores ou empresas que estão com problemas na praça. Há também o Serasa Experian e o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

Mairi acredita que as medidas tomadas pelo Governo Federal (taxas de juros mais altas) e o aumento da inflação comprometeram a renda das famílias, fazendo com que a inadimplência crescesse. Porém, ela tem esperança que haja uma recuperação na economia em um curto prazo.

“A perspectiva é que o mercado se acomode na medida em que a inflação mostre taxas menores e que o Brasil volte a registrar crescimento de emprego e renda.”

Para segurança na hora das vendas a prazo é importante que o empresário oriente seus colaboradores para que busque informações junto ao SPC e outros bancos de dados sobre a situação do consumidor.

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