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Imigrantes esbarram na falta de qualificação para entrada no mercado de trabalho em Caxias do Sul, diz coordenador do Sine

Baixar Áudio por Rodrigo Fischer

Ele também destacou que a maioria é encaminhado para a área industrial da cidade

Foto: Divulgação

O relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais apresentou que das 36.384 carteiras de trabalho emitidas em 2018 para refugiados e de pessoas em busca de refúgio, os venezuelanos são os maiores solicitantes para emissão do documento no Brasil. Os dados foram apresentados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, nesta quinta-feira (22/08).

O estudo apresenta que 68% (24.886) dessa documentação foi emitida para o povo venezuelano. A pesquisa ainda mostra que mesmo com o aumento de pedidos de carteira de trabalho por parte de imigrantes da Venezuela, os haitianos lideram as estatísticas do emprego formal brasileiro, com mais de 27 mil contratações no ano passado. Em Caxias do Sul a realidade mostra que a procura de trabalho está mais concentrada também pelos haitianos, até mesmo porque a chegada dos venezuelanos iniciou tarde, em 2014, conforme coloca o coordenador do FGTAS/Sine do município caxiense, Valmir Funari.

No Brasil, os setores que mais empregam imigrantes estão voltados para a produção de bens, serviços industriais e comércio. Já no município caxiense, Valmir destaca que a maioria é contratada para trabalhar nas épocas de colheita, durante 30 a 90 dias, além de ressaltar que o Sine encaminha muitos para a área industrial. “Muitos estão procurando vagas para o âmbito da indústria, como para auxiliar de produção.”, colocou.

Porém, ele coloca que a falta de qualificação é o maior empecilho para a entrada dos imigrantes no mercado de trabalho da cidade. “Eles esbarram naquele velho problema quando pretendem trabalhar na área de indústria e metalurgia, que é a falta, muitas vezes, da carteira de trabalho e de cursos como LID e Metrologia, que são essenciais para alguém entrar em um ambiente industrial e concorrer, no mínimo, em igualdade de condições com as outras pessoas. Então, eles (imigrantes) procuram, porém não tem a qualificação necessária para poder concorrer a essas vagas pertinentes e no mercado de trabalho.”, detalhou.

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul mostram que foram confeccionadas 5.207 carteiras de trabalho para imigrantes no Estado. De 2011 a 2018, o Brasil abrigou 774,2 mil imigrantes.

(Ouça a notícia abaixo do título da matéria).

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