Setor calçadista fecha 7,8 mil postos de trabalho no RS, devido à pandemia do coronavírus
Baixar ÁudioPresidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que não existe perspectiva de melhoras no quadro, especialmente enquanto o varejo físico não estiver em funcionamento
O mais recente levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) aponta que, do final de março até o último dia 12 de maio, o setor perdeu, no Brasil, 30,9 mil postos de trabalho, 11,5% da força de trabalho da atividade (270 mil postos diretos, em dezembro de 2019). Os estados mais afetados foram São Paulo, com a perda de 10 mil postos (32% do total de demissões); Rio Grande do Sul, com 7,82 mil demissões (25% do total); e Minas Gerais, com 5 mil postos perdidos (16% do total). Os estados do Nordeste somam 5,46 mil demissões (18% do total).
Em entrevista à Tua Rádio São Francisco, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que não existe perspectiva de melhoras no quadro, especialmente enquanto o varejo físico não estiver em funcionamento.
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Mais de 85% das vendas da indústria calçadista brasileira são realizadas no mercado interno. Desde o início da pandemia, 70% das fábricas tiveram que demitir trabalhadores em algum momento.
Conforme o levantamento da Abicalçados, em 2020 a produção de calçados deve registrar um tombo de até 30%, especialmente em função da queda das vendas no mercado brasileiro. O IBGE aponta que, em março, as vendas do setor caíram 39,6%, no comparativo com o mesmo mês de 2019. No trimestre, segundo a mesma fonte, a queda chegou a 12,4%, em relação a igual ínterim do ano passado.
Exportações
Além da situação doméstica, o setor também tem sido impactado pela queda brusca nas exportações. Em abril foram embarcados 4,84 milhões de pares por US$ 30,3 milhões, quedas de 40% em volume e de 60,8% em faturamento na relação com mesmo mês do ano passado. Com o resultado, no quadrimestre, as exportações somaram 36,87 milhões de pares e US$ 271,2 milhões, quedas de 14,4% em volume e de 21% em faturamento na relação com período correspondente de 2019.
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