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Estudo aponta que maioria das contratações no ano passado, em Caxias, foi de mulheres

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Mesmo com aumento da empregabilidade renda média das trabalhadoras permanece menor do que a dos homens

Foto: Divulgação / Agência Brasil

O mercado de trabalho formal de Caxias do Sul contratou mais mulheres do que homens em 2021. Das aproximadamente 8 mil oportunidades de emprego criadas no ano passado, 53% das vagas pertenciam a mulheres. Os dados são da 13ª edição do estudo realizado pelo Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS), que monitora a presença do público feminino no mercado formal. O boletim é sempre divulgado no mês de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.     

Segundo a professora Lodonha Maria Portela Coimbra Soares, que coordena as pesquisas do Observatório do Trabalho, um dos fatores do aumento de contratação da mão de obra feminina foi a retomada do setor de Serviços, que foi diretamente impactado pela pandemia de covid-19. “É o setor que tem maior empregabilidade feminina. Na medida em que ele foi muito afetado, quando começou a vir a flexibilização e a retomada dos serviços em geral, possibilitou o aumento de postos de trabalho e a reinserção da mão de obra feminina no mercado formal de trabalho”.

O estudo também mostra que, no ano passado, o saldo de empregos femininos chegou a 73,1 mil, maior patamar desde 2017. Além dos Serviços, a Indústria tem sido uma importante fonte de vagas de empregos para elas, destaca Lodonha. “O estudo mostra que 62% dessa empregabilidade é no setor de Serviços, depois vem o Comércio e em seguida a Indústria. Sendo que a participação das mulheres no setor da Indústria aumentou em 2021, houve mais vagas abertas para elas nessa área do que no setor de Comércio”.

Mesmo com o aumento da empregabilidade, a renda média das mulheres ainda permanece menor. Diante do problema histórico da diferenciação salarial de homens e mulheres, a pesquisadora lembra que a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o programa ONU Mulheres com o objetivo de promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino nos diversos setores sociais. “Esse programa é a nível mundial em que a ONU estima que até 2030 os países se comprometam a igualar o valor da renda entre homens e mulheres. Tradicionalmente, mesmo desempenhando as mesmas funções, as mulheres têm uma renda menor, por conta do sistema patriarcal que perdurou por muitos anos no mundo. Então, temos ainda pouca inserção das mulheres na política e nos cargos diretivos. Essa realidade está mudando, mas a luta permanece”.   

O Boletim Anual Mulheres e Mercado de Trabalho completo está disponível AQUI.   

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