Professora de Economia da UFRJ afirma que igualdade entre homens e mulheres é fundamental para o desenvolvimento do país
Baixar ÁudioSegundo a especialista, o PIB global poderia crescer até 35% se houvessem as mesmas chances para ambos os gêneros
A professora titular do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lena Lavinas, que também se identifica como feminista, foi uma das entrevistadas do programa Conectado desta sexta-feira (08). Ela é pesquisadora, escreve artigos e participa de seminários que tratam da presença da mulher na economia e sociedade brasileira. Sobre essa questão, Lena afirma que o cenário tem mudado nos últimos anos. “Em primeiro lugar, é incontestável o avanço que nós mulheres obtivemos nos últimos 30 anos”. A professora atribui esses avanços ao controle da taxa de fecundidade, que facilitou o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, nas universidades e em posições de liderança.
A pesquisadora também afirmou que as mudanças estruturais no mercado de trabalho, a desvalorização do salário e as dificuldades econômicas fizeram com que a renda da mulher fosse essencial para a subsistência das famílias. “Hoje é impensável que as mulheres voltarão para casa. Nem em época de crise, como agora, a gente vê mulheres aceitando ficar em casa só cuidando do lar”. Mas ela salientou que, dentre a taxa de desempregados no país, a maioria são mulheres e que as condições de trabalho para o público feminino ainda são precárias com salários mais baixos e oportunidades desiguais. “Há estudos que mostram que se as mulheres pudessem ter as mesmas chances que os homens no mercado de trabalho, o PIB mundial cresceria em 35%”. E completou afirmando que “a igualdade de gênero vai contribuir não só para a autonomia das mulheres, mas para melhorar a performance da economia mundial”.
Durante a entrevista, Lena também falou sobre a presença das mulheres no âmbito político e explicou porque não é contra às cotas de participação do público feminino nos partidos e cargos públicos. "As mulheres têm o anseio de serem porta-vozes de mudanças no país, de participar, mas a sistemática da política brasileira ainda dificulta a participação das mulheres no meio”, afirmou. Pra concluir, ela falou sobre as taxas de feminicídio no Brasil e ponderou que a liberação da posse de armas pode agravar ainda mais os índices. Ouça a entrevista completa no link abaixo da foto.
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