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Cine debate coordenado pela Escola do Legislativo mobiliza discussões sobre a população negra em Caxias e no país

por Ivan Sgarabotto

Encontro reuniu estudantes, autoridades e representantes do movimento negro, na sala de conferências do Centro Universitário da Serra Gaúcha/FSG

Foto: Vania Marta Espeiorin

Um cine debate promovido pela Escola do Legislativo, na noite desta quarta-feira, 16, mobilizou discussões sobre a realidade da população negra em Caxias do Sul e no país. O encontro reuniu estudantes, autoridades e representantes do movimento negro, na sala de conferências do Centro Universitário da Serra Gaúcha/FSG.

Integrando a programação da Semana da Consciência Negra no município, a atividade contou com apoio dos diretórios acadêmicos de Psicologia, Direito e Relações Internacionais da FSG e teve como ponto de partida um documentário produzido pela Organização das Nações Unidas (acesse em: https://youtu.be/m6NJQyRPW7o). O coordenador do Centro de Memória da Câmara, Eduardo Reis, apresentou os debatedores e discorreu sobre o propósito do cine debate.

Como debatedores participaram o diretor da Escola do Legislativo, vereador Edson da Rosa/PMDB; o professor Lucas Caregnato; o empresário e presidente do Coletivo Senegal, Ser Negão, Ser Legal, Cheikh Mbacke Gueye, mais conhecido por Cher; o presidente do Movimento Negro Imigrante no Brasil (MNIB), Demba Sokhna; o estudante de jornalismo Rodrigo Moraes; e a presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra (Comune) e coordenadora estadual de Comunicação do Movimento Negro Unificado (MNU), Maria Geneci Silveira.

O documentário apresentou depoimentos de profissionais ligados ou integrantes da comunidade negra, destacando atuais avanços e desafios. O vídeo também informa que 53% da população brasileira são negros e que, desde a abolição da escravatura (1888), o negro ainda dispõe de pouca representatividade em muitos setores. Outro dado é de que jovens negros têm duas vezes e meia mais chance de serem assassinados no Brasil.

Cher contou que, no Senegal, muitas pessoas nem sabem o que significa o termo racismo. Ele próprio conheceu a expressão e o sentimento aqui, no Brasil. Na sua avaliação, em Caxias do Sul, há preconceito, mas tenta superá-lo e tocar a vida adiante. Dono de uma gráfica, relata que algumas pessoas pensam duas vezes em encomendar o serviço após ver que ele é negro. Também percebe que há essa resistência por parte de alguns clientes quando ele menciona o número da conta acompanhado de sua identificação.

O encontro desta noite durou cerca de duas horas e meia e contou com a presença de aproximadamente 50 pessoas.

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