Há cinco anos, quando um grupo de voluntários capitaneados pelo frei Jaime Bettega reuniu-se para encontrar uma solução ao problema de falta de vaga nas escolinhas infantis, não imaginava que aquelas ideias chegariam tão longe. Por isso, o Mão Amiga, constituído atualmente por uma equipe de 40 voluntários e mais de 900 padrinhos (pessoas físicas e jurídicas), atende às famílias de 1,3 mil crianças de zero a seis anos, de mais de 90 escolas, em um total de mais de cinco mil beneficiadas até hoje, comemora o reconhecimento do trabalho via a indicação a dois prêmios nacionais: 20º Prêmio Cláudia e o 12º Prêmio Innovare.

Finalista Prêmio Cláudia

A 20ª edição do Prêmio Cláudia contempla sete categorias: Trabalho Social; Ciências; Cultura; Negócios, Políticas Públicas; Revelação e Consultora Natura Inspiradora, da qual o Projeto Mão Amiga é um dos três finalistas. A inscrição ao prêmio partiu da iniciativa da voluntária e assessora jurídica do Mão Amiga, Lisandra Mazutti Foresti, 40 anos, que atua também como consultora da marca Natura, parceira da premiação da revista de circulação nacional e responsável por indicar cases de sucesso que inspiram projetos de brasileiras com coragem e ousadia em encontrar soluções para os mais variados problemas de suas cidades e seus campos profissionais.

Trecho da publicação do case na Revista Cláudia:

Por causa da falta de vaga nas creches públicas, mães de famílias humildes tinham de escolher entre deixar os filhos em condições precárias (com os irmãos mais velhos ou na casa de vizinhas) ou abandonar o emprego para cuidar das crianças. Ao mesmo tempo, escolinhas privadas estavam fechando as portas por falta de alunos. Era 2009, e o popular frei capuchinho Jaime Bettega recebera um envelope anônimo. Dentro dele, um cheque de 5 mil reais e um bilhete com a seguinte mensagem: “Para ajudar as crianças”.

Na época, havia cerca de 500 crianças desatendidas. Aquela doação inicial era suficiente apenas para bancar um quinto desse total matriculado por um ano; seria preciso conseguir mais doações. Lisandra, que já era funcionária do departamento jurídico de uma ONG de assistência social e acabara de ter uma dupla de gêmeos (hoje matriculados em escola privada), procurou bases legais para sustentar o projeto. “Graças ao esforço dela, conseguimos oficializar nosso trabalho e conquistar a seriedade necessária para dar sequência à ideia original”, diz Bettega. (Revista Cláudia).

A revelação de que o Projeto Mão Amiga é finalista ao prêmio e o case completo de sucesso, assim como a entrevista com Lisandra e frei Jaime, constam na edição de agosto da revista impressa e no site premioclaudia.com.br. Para votar basta acessar http://especial.mdemulher.com.br/premio-claudia/votacao-2015 e clicar no número 7, que corresponde ao case do Projeto Mão Amiga, até o dia 30 de setembro. A cerimônia de divulgação dos premiados será em outubro, durante um evento em São Paulo.

Indicação ao Prêmio Innovare

Com o objetivo de identificar, premiar e disseminar práticas que tornam o Judiciário mais ágil, moderno e próximo do cidadão, a 12ª edição do Prêmio Innovare, o mais importante da Justiça brasileira, recebeu 667 inscrições de práticas de todo Brasil. São seis categorias: Advocacia, Juiz, Ministério Público, Tribunal, Defensoria Pública e Premiação Especial.

Case inscrito:

O Projeto Mão Amiga está inscrito na categoria Advocacia por ter contribuído para a diminuição de 560 processos judiciais e possibilitado que todas as crianças fossem inseridas nas Escolas de Educação Infantil da rede particular, com mensalidades reduzidas, otimizando o recurso público do Município. A partir de 2013, as famílias que procuravam a Defensoria Pública eram encaminhadas ao Projeto Mão Amiga para serem inseridas nas escolas particulares conveniadas. Conforme foi passando o tempo, as ações judiciais foram sendo reduzidas e atualmente houve redução considerável de ações judiciais desta natureza ajuizadas na Vara da Infância e Juventude em Caxias do Sul.

As práticas do Mão Amiga foram avaliadas pessoalmente por um consultor designado pelo Instituto Innovare, para confirmar se realmente são executadas e se colaboram com a melhoria da Justiça. O trabalho foi enviado ao júri do prêmio que, em 02 de outubro, anunciará os três finalistas de cada categoria e, em dezembro, os selecionados irão a Brasília participar da cerimônia de premiação no Supremo Tribunal Federal.

Projeto Mão Amiga – é um dos projetos sociais dos Capuchinhos, criado em 7 de setembro de 2009 por um grupo de voluntários, motivado pelo frei Jaime Bettega e sensibilizado com o número elevado de crianças em situação de vulnerabilidade social. O Mão Amiga acolhe as famílias que possuem crianças de zero a seis anos, que não foram contempladas com vagas nas escolas de educação infantil públicas do município de Caxias do Sul e encaminha para escolas particulares de educação infantil, parceiras do projeto, que reduzem os valores das mensalidades. O projeto paga 50% do valor da mensalidade da criança beneficiada e o restante é pago pelos pais, diretamente à escola parceira, sendo que um dos critérios é os pais estarem trabalhando. 

Atualmente, o projeto possibilita o acesso de cerca de 1,3 crianças em mais de 90 escolas particulares de educação infantil. O projeto é mantido com doações de 900 padrinhos, eventos e recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente-COMDICA e Secretaria Municipal de Educação de Caxias do Sul. O Mão Amiga tem sede na Rua General Sampaio, 161 - Bairro Rio Branco, Caxias do Sul – RS. Informações com a coordenadora administrativa, Geni Onzi Isoppo, pelo telefone (54) 3223.5420 ou 9955.7861.