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No Dia do Suinocultor, presidente da ACSURS avalia situação atual do setor

por Camila Agostini

Para Valdecir Folador, futuro da suinocultura depende da profissionalização e rentabilidade da produção

O Dia Nacional do Suinocultor foi instituído através do Projeto de Lei - PL 3519/2008, transformado na Lei Ordinária nº 12635/2012, publicada no dia 14 de maio de 2012 no Diário Oficial da União. A escolha do dia 24/07 se deve à proximidade ao Dia Nacional do Agricultor, celebrado, anualmente, no dia 25 do mesmo mês.

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS, Valdecir Luis Folador, destaca a grandiosidade do trabalho do suinocultor para a economia tanto do município onde está situada a granja, quanto região, estado e até mesmo para o país. “A suinocultura é uma atividade que agrega valor em todas as fases, exigindo um grande volume de investimento. Então, o produtor quem tem na propriedade a atividade suinícola está sempre investindo, gerando com a produção, com a comercialização”, ressalta. “Isso resulta na geração de tributos, que retornam ao município e, no retorno ao município desses tributos gerados pela produção de suínos, eles são distribuídos para toda a população do município; a nível de estado também”, observa.

O dirigente frisa que o produtor rural que é suinocultor, além de ser extremamente profissional, precisa gostar muito da atividade. “Não é simples ser suinocultor. É uma atividade que exige do produtor muito trabalho, muito cuidado durante os 365 dias do ano, não tem feriado, não tem sábado, não tem domingo. Para ser suinocultor, além de gostar é preciso ser vocacionado, por causa de todos os desafios”, destaca Folador.

Ouça entrevista com Valdecir Folador no player de áudio

A ACSURS é uma entidade de classe fundada em 1972, com o objetivo de defender os interesses dos suinocultores gaúchos. Afiliada à Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), atua em todas as esferas, em especial no que se refere a atenção ao aspecto sanitário e a uma justa remuneração pelo quilo do suíno vivo. A entidade tem sua trajetória marcada por várias conquistas e inúmeras melhorias proporcionadas ao setor suinícola.

Em tempos de pandemia, produtores relatam dificuldades, mas não deixam para trás a atividade que tanto amam. Suinocultor de Cândido Godói, Laurindo José Vier (52) diz jamais ter passado por uma situação parecida ao longo dos tantos anos de atuação na suinocultura. Ele refere-se justamente ao cenário instaurado por causa da Covid-19, que alastrou-se no país. “2020 iniciou-se bastante positivo, porém, em março fomos surpreendidos com esta pandemia”, conta. Segundo ele, o fechamento de setores de trabalho resultou na redução do consumo no mercado interno e, consequentemente, na redução no abate. Com a alta oferta de suínos, veio a dificuldade na venda dos animais.

E, enquanto muitos profissionais deixaram os escritórios para realizar o home office, Laurindo e a família precisaram se adaptar ao “novo normal”. Assim como tantos outros suinocultores, precisou se readequar e dar continuidade às atividades na granja, para que a carne mais consumida do mundo não faltasse à mesa dos consumidores. “Ainda enfrentamos a alta dos custos de produção – principalmente do farelo de soja e milho – e dos medicamentos, por causa da alta do dólar”, comenta.   

Mesmo assim, Vier não perde o entusiasmo ao falar sobre suinocultura. Ela conta que o filho Jean Carlos (23) gosta da atividade e que está “praticamente tocando a granja”. “Deverá seguir na suinocultura”, avalia. Não seria por menos, já que tem como exemplo, além do pai, o avô Nelson Vier, que aos 80 anos ainda acompanha o trabalho feito na granja.

Aos 26 anos, Mateus Filippi demonstra proatividade na atividade da suinocultura. Ele assumiu recentemente a presidência da associação municipal dos produtores de suínos de Camargo. Para o jovem suinocultor, a classe suinícola precisa ser mais valorizada. “Sinto que seja necessário um olhar diferente com quem trabalha com a produção de alimentos, em especial a de suínos”, comenta.

Quando questionado sobre as dificuldades no atual cenário de pandemia, ele mostra-se otimista em relação à volta à normalidade, mas não descarta a preocupação com alguns aspectos. “Minha preocupação nesse período está relacionada ao transporte da matéria prima para os suínos, de medicamentos e até mesmo o contato com os funcionários que vem de fora”, avalia, lembrando a importância dos cuidados básicos como o uso correto da máscara, do álcool em gel e o distanciamento, sempre respeitando os limites.     

Mateus trabalha em granja familiar, iniciada pelos avós na década de 80. Há cerca de 20 anos, a suinocultura antes independente passou para a fase de integração, com a qual trabalham até hoje.

Informações: Simone Jantsch / Assessora de Comunicação ACSURS

 

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