O trabalho invisível sobrecarrega, anula, deixa de lado... Quantas pessoas invisíveis seguem fazendo sem pestanejar e sem um olhar de gratidão, ou quem sabe de compreensão que chegue até eles. Seguem seus dias não sabendo que podem dizer não, que podem não fazer. Que não realizando vão ajudar inclusive o outro a se olhar, a fazer a parcela que lhe cabe, a valorizar as curvas da estrada.

Acostumaram a todos e a si mesmas nesse fazer, e agora ficam desapercebidas numa rotina estafante, em meio a lamurias diante de tudo que fazem para o outro... O pequeno detalhe que não se concretizou pode ser motivo de queixa, acostumaram assim, e é nesse andar que necessitam se meter.

Ou mesmo, só vê, percebe, o que está feito, não quem fez, como fez e as dificuldades para construir esse caminho. E, principalmente, a gratidão por encontrar feito.

O excesso de qualidade em servir se mostra um defeito quando não direcionado, quando exagerado, quando deixa de lado o “eu” para ser somente o “tu” ... Quando realiza além do que lhe cabe, além de suas forças, inclusive, algo desarmônico precisa ser equilibrado.

O bonzinho demais se coloca num lugar de disponibilidade sempre, com isso o outro não se desenvolve, pois tem alguém que faz tudo por ele. E esse alguém que faz pelo outro pode estar esquecendo de fazer por si... Cria dependência emocional, física, é ali que empacamos todos nós, não crescendo e não ajudando o outro a se desenvolver.

Em que lugar você está: Fazendo demais sem se questionar e esquecendo de você ou deixando que o outro faça inclusive a sua parcela?

Fazer mais do que devemos, confunde ao outro e a si mesmo. Nos deixa deslocados do nosso lugar.