O Papa Francisco é personalidade que tende a aglutinar certa unanimidade dentro e fora da Igreja. Com humildade manifestada desde o começo de seu pontificado ao pedir orações para uma nova jornada na Igreja, o papa surpreende como pastor e cidadão. É merecedor de grande aceitação, pois tem feito a diferença no momento da história mundial.

            É notório que a cada dia os olhares do mundo estão mais fitos no pontificado do Papa Francisco. Obviamente, porque dele pode se esperar algo novo, de esperança. Dele uma boa notícia espera-se seja por palavra, gesto, mensagem, encíclicas, iniciativa e propostas. A razão das atenções com seu pontificado são muitas. Certamente, não são intrínsecas à importância religiosa do cargo de pastor, mas justificadas pela sua coerência de pensamento e com aquilo que propõe para a humanidade. Com aptidão singular de leitura da realidade do mundo, é capaz de indicar caminhos religiosos, morais e éticos e orientações em dimensões políticas e econômicas. Acrescenta a esta capacidade, virtudes e seu carisma pessoal de viver a fé em Cristo que responde aos desafios da realidade das pessoas e do contexto mundial.

            Em seu quarto ano de pontificado, com sabedoria intelectual, espiritual e de vida, o Papa Francisco conquista corações e atrai a atenção do mundo. É dessa forma de viver a fé que em Francisco a doutrina cristã passa a ter mais originalidade e conteúdo de renovação. Com sensibilidade e capacidade atualiza a mensagem do evangelho e do cristianismo, que anteriormente estava em boa medida bastante cômoda ao sistema, e agora passar a ter relevância no mundo. Acredita que do evangelho retiram-se novos conteúdos a formular significados espirituais, morais, éticos, ecológicos e políticos para o homem do século XXI. Por isso, a novidade radical do Papa Francisco não está em inventar ou reproduzir teorias e doutrinas dos teóricos e pensadores, mas em falar de forma compreensível do evangelho para as realidades que são constitutivas da vida humana.

            Em razão desta sua capacidade, o Papa Francisco prende a atenção mundial naquilo que diz diariamente. Em 2013, na Jornada Mundial da Juventude, conclamava os jovens para uma “revolução”. Em pleno voo de retorno a Roma responde aos jornalistas sobre a homossexualidade: “se uma pessoa é gay e procura Jesus, e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la”. Na promoção da instituição família, alerta que “uma sociedade que abandona as crianças e marginaliza os idosos, corta suas raízes e ofusca o seu porvir”. Em defesa da conduta ética dos sacerdotes pronuncia: “eu me responsabilizo por todo mal que alguns padres fizeram”. Ao orientar os casais para a vida matrimonial, diz: “maridos, escutem mais as mulheres, não sejam machistas”. Para despertar a Igreja com as redes sociais, aponta: “o mundo digital pode ser um ambiente rico em humanidade”. Ao denunciar a pobreza mundial, afirma: “o capitalismo é o causador da pobreza”.

            Com certeza ao comemorar quatro anos de pontificado, Francisco é a voz que pede mudança: “é preciso servir aos frágeis ao invés de servir-se deles”. Como bom profeta, sabe que a mudança do mundo inicia dentro de casa e reitera a vocação da Igreja para ser “Igreja em saída”, e da teologia e dos sacerdotes: “os bons teólogos, como os bons pastores, cheiram a povo e às ruas e, com sua reflexão, derramam azeite e vinho nas feridas dos homens”. Diante da insegurança política aponta que “as atuais relações sociais precisam de uma robusta injeção de espírito familiar”. Hoje, indiscutivelmente Francisco é a voz da esperança e de novos caminhos para o mundo.