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Méritos a Cuba

Miguel Debiasi

            O discurso por melhoria da saúde pública está na boca de qualquer aspirante aos cargos políticos e dos governantes a tal ponto que chega a causar fastio. Sem dúvida alguma, a questão da saúde está no topo de qualquer plataforma política. Certamente, causa indignação ouvir diariamente sobre falta de medicamentos básicos, e para consegui-los somente mediante insistência exaustiva. No entanto, a Constituição Federal assegura a todos o direito à saúde e assistência social. Enquanto no Brasil a situação se agrava, Cuba conquista mais uma façanha em saúde pública.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

A última conquista na área de saúde do país de Cuba obteve reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS é uma agência especializada na área da saúde, fundada em sete de abril de 1948 pela Organização das Nações Unidas, tendo sede em Genebra, na Suíça. A OMS tem como meta principal desenvolver ao máximo o nível de saúde de todos os povos. A organização entende por saúde: “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente na ausência de uma doença ou enfermidade”. O atual diretor-geral da OMS é o etíope Tedros Adhanom Ghebre yesu, que assumiu o cargo em julho de 2017.

Após a Segunda Guerra Mundial a ONU estabeleceu como um de seus objetivos elevar os padrões mundiais de saúde. A criação da OMS com a intenção de ser um organismo internacional de saúde pública de alcance mundial visava estabelecer normas e programas de cooperação para a implantação da meta da ONU. No caso, o Brasil tem participação intensa na OMS desde sua criação. Em maio último a OMS reconheceu Cuba como o primeiro país do mundo a eliminar a transmissão do vírus HIV de mãe para filho, bem como o da sífilis congênita. Segundo a OMS, a conquista de Cuba foi elevada em nível de melhoramento da saúde mundial.

Na oportunidade do anúncio da descoberta da cura da transmissão do vírus, Carissa Etiene, diretora da Organização Panamericana da Saúde (OPS), afirmou: “O sucesso de Cuba demonstra que é possível um acesso universal à saúde e que, de fato, ele é fundamental para o êxito da luta contra desafios tão preocupantes como o HIV". A diretora geral da OMS, Margaret Chan, afirmou: "A eliminação da transmissão do vírus é uma das maiores conquistas possíveis no campo da saúde mundial". Já para a ONU, a descoberta da medicina de Cuba beneficia em muito a população mundial.

O diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebre yesu, em 23 de abril parabenizou Cuba por ter “um dos melhores sistemas de saúde do mundo e que a ilha praticamente é modelo para outros países”. Acrescentou que a saúde é um direito humano que deve beneficiar a todos. Porém, mais da metade do mundo necessita de atendimento médico de qualidade, levando muitas pessoas a ter que optar entre comer ou gastar em medicamentos. E conclui: “ninguém deveria escolher entre comprar comida ou medicação; ninguém deve escolher entre pobreza e saúde”.

Segundo a OMS, na América Latina entre os anos 2013 a 2014 mais de 1,2 milhão de mortes poderiam ter sido evitadas se oferecido sistema de saúde acessível e de qualidade. A OMS ressalta que mesmo Cuba tendo os recursos muito limitados pelas sanções ao país, conseguiu tornar universal o acesso à saúde. Ademais, cerca de 10% do PIB de Cuba é destinado à saúde, muito acima da verba aplicada em países como Estados Unidos, Alemanha, França e Espanha. Outro mérito de Cuba em saúde é seu trabalho por uma medicina preventiva, muito diferente do modelo curativo adotado em muitos países, mesmo que seja considerado pouco eficiente e mais custoso. Por seu trabalho e prioridade em saúde Cuba é reconhecida pela OMS como um exemplo para os demais países do mundo. Dessa forma, Cuba torna-se exemplo de que é possível ter um sistema de saúde de excelência e eficiência.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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