É tempo de seguir...crescer
Minha filha mais jovem saiu de casa, foi viver a sua vida longe da família.
Sabia que o que aprendeu comigo, conosco, iria com ela. Em alguma parte, longe de mim, de nós, iria construir sua vida, seu futuro.
Talvez eu não tenha ficado triste porque compreendi que ela precisava seguir seu caminho.
Talvez não tenha ficado triste porque disse muitas vezes, antes de ela partir, “vou morrer de saudades”.
Talvez não tenha ficado triste porque vivi antes outras partidas na minha vida. Fui revendo-as e trabalhando-as em mim, e isso me fortificou.
Talvez, ao me permitir ficar triste só um pouquinho, o registro de ambivalência em mim pode se mostrar. Se fez presente quando uma parte de mim ficou orgulhosa em vê-la partir tão bem e, a outra parte, me partiu ao meio; queria segurá-la um pouco mais ao meu lado.
Talvez ver as caixas amontoadas na entrada da nossa casa ajudou a me preparar. Elas ficaram por um longo tempo interpelando a passagem. Era assim que eu me sentia com sua partida, como algo indigesto em mim.
Vai querida! Desvenda o mundo pelos teus olhos. Fica tranquila que eu cuido desses sentimentos todos que me atravessam. Se em algum momento eu não conseguir, sei que você está boa em me dar limites.
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