Desejava tudo resolver
Na ânsia de tudo querer resolver, se perdia mais do que se achava. Desejava tudo esclarecer na sua vida e na do outro também. Até em quem estava próximo, ou em quem se aproximava dele sem querer.
Esse pretender controlar o deixava amarrado a situações, a pessoas... que se conseguisse olhar direito, talvez não seria esse seu desejo. Ficava alerta o tempo todo, e isso impedia-o de relaxar e de deixar as coisas acontecerem.
Nessa angústia, dormir nem pensar. Antes de muito rolar na cama, os pensamentos catastróficos vinham lhe visitar. Procurava dentro de si maneiras de ajudar. E o outro, talvez, nem quisesse ser auxiliado. Mas ele desejava, e fazia de tudo para nas suas mãos manter o futuro das pessoas.
Ligado na tomada seguia a invadir histórias e vidas, sem se dar conta dos erros que cometia, e carregando a certeza que muito fazia.
Seguia de um lado para o outro sem encontrar um lugar tranquilo onde pudesse colocar seus pensamentos, depositar a angústia que sentia, tranquilizar sua alma. Às vezes, nem tinha a consciência da intranquilidade que estava instalada em si, achava desculpas para tudo e não saia do lugar que ocupava.
Não aprendeu a importante lição de ser necessário sem ser necessário, se colocava como principal até na vida do outro.
Como ele poderia chegar no futuro se nem o presente conseguia soltar. Ou, ele próprio se soltar, para poder seguir e andar confiando em si e no universo que abria seus longos braços para ele.
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