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“O que a comunidade vem sofrendo é opressão policial”, diz presidente do Euzébio Beltrão de Queiroz sobre operações no bairro

por Daniel Lucas Rodrigues

Em sessão na Câmara de Vereadores, em Caxias do Sul, líder comunitário trouxe relatos de moradores que estariam sofrendo perseguição policial, principalmente pela noite

Foto: Marinês Bertuol/Câmara Caxias/Divulgação

Moradores do bairro Euzébio Beltrão de Queiroz, popularmente chamado de Zona do Cemitério, alegam estar sendo vítimas de perseguição policial por parte de agentes da Brigada Militar (BM). Os relatos foram trazidos pelo presidente da Associação de Moradores (AMOB) da região, Fernando Morais, nesta semana, durante sessão extraordinária na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Segundo ele, diferentes moradores o teriam procurado para expor o que também chama de “opressão policial” na localidade, principalmente à noite.

“O que me traz aqui é o relato de vários moradores do bairro que têm sofrido com a perseguição policial dentro da nossa comunidade. Não tem como combater o terror colocando o terror em pessoas que não tem nada a ver com uma guerra declarada há muito tempo. Então o que a comunidade vem sofrendo é opressão policial, e não há outra palavra para se dizer como tortura policial. Eu, como presidente do bairro, sou procurado pela população que relata o que vem acontecendo, principalmente na parte da noite.” (OUÇA A DECLARAÇÃO AQUI)

Conforme Morais, existiriam agentes da Brigada que estariam entrando nas residências de pessoas não ligadas ao tráfico, para revistá-las. Nessas revistas, mulheres estariam sendo deixadas nuas, inclusive teriam imagens desses momentos. Ele afirma que há mais de 20 dias há esse tipo de tratamento com moradores do Euzébio Beltrão de Queiroz.

“Eles (agentes da BM) estão invadindo as residências de pessoas que não têm nada a ver com o crime ou com o tráfico de drogas. Invadindo e quebrando casas, revistando mulheres e as deixando nuas. Temos fotos e relatos disso. Eu estou aqui por um pedido de socorro da própria comunidade, para que esse fato não venha se tornar diário. Há mais de 20 dias que isso tem acontecido toda noite no bairro Euzébio Beltrão de Queiroz.” (OUÇA A DECLARAÇÃO AQUI)

Resposta da Brigada Militar

Em nota à imprensa, a Brigada Militar, por meio do 12º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Caxias do Sul, afirma que, até o momento, não foi comunicada formalmente sobre qualquer denúncia envolvendo a conduta de policiais, afirmando que possui estrutura e canal correcional à disposição da comunidade, sempre comprometidos com a verdade e a transparência das ações. No documento, é colocado que a Corregedoria-Geral da Brigada Militar possui serviço de Plantão 24 horas pelo número (51) 9.8577-8135, para atendimento presencial e virtual especializados aos cidadãos que queiram registrar qualquer desvio de conduta de seus integrantes. (CONFIRA A NOTA COMPLETA)

A primeira fala sobre a situação veio da vereadora Estela Balardin (PT), que apresentou algumas imagens citadas por Morais no telão do plenário do Legislativo, mas sem disponibilizar a visualização para quem assistia pelas plataformas da TV Câmara. Ela afirma que caso se confirme a perseguição policial, há um erro grave nas operações realizadas no bairro, com excesso de violência contra os moradores.

“Precisamos entender que se isso tudo aconteceu desta maneira, há um erro grave nas operações que estão sendo realizadas no Euzébio Beltrão de Queiroz. Há um excesso grave no policiamento sendo feito lá, com exagero de violência física, psicológica e moral. Um excesso de violência de todas as formas, extrapolando todos os limites.” (OUÇA A DECLARAÇÃO AQUI)

Estela Balardin também trouxe questionamentos sobre a atuação da Brigada Militar na localidade.

“A gente precisa levantar questionamentos que é: qual é a orientação e intuito dessas operações policiais? O que estes policiais estão orientados a fazer dentro desta comunidade? Teriam câmeras nos uniformes dos policiais? Havendo câmeras, que, inclusive, são para segurança dos próprios policiais e moradores, teríamos acesso a elas? As câmeras estavam ligadas?” (OUÇA A DECLARAÇÃO AQUI)

Morais ainda ressalta que já foi realizado um Boletim de Ocorrência denunciando essa suposta perseguição policial. Ele coloca que foi idealizada a realização de um protesto contra esses possíveis abusos, mas que os organizadores sofreram ameaças por agentes da Brigada.

“Já foi feito um boletim de ocorrência sobre isso. E foi tentada uma manifestação esses dias, mas o pessoal foi hostilizado e ameaçado depois dos protestos, com afirmações de que se retornasse a ter qualquer fala ou manifestação (sobre a possível perseguição policial) seriam mais contundentes as ações desses policiais dentro do bairro.” (OUÇA A DECLARAÇÃO AQUI)

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