Acessos comprometidos geram protesto de moradores de Vila São Pedro, em Caxias do Sul
Enchente de maio danificou a ponte da comunidade e a precariedade da nova estrutura gerou mais insegurança; protesto cobra ação das autoridades locais.
Moradores da Vila São Pedro, na região de Vila Cristina, em Caxias do Sul, realizaram nesta quarta-feira (01) um protesto na BR-116, km 170, cobrando providências em relação ao acesso à comunidade. Há meses, os residentes convivem com a falta de infraestrutura, que se agravou após a enchente de maio que destruiu a antiga ponte construída pelos próprios moradores.
As autoridades locais tentaram amenizar a situação com a construção de uma ponte provisória em outubro, mas a estrutura não resolve as necessidades de todos. Muitos moradores, como Marilce Alves da Silva, lideraram o protesto com relatos emocionados sobre os danos causados pela falta de acesso adequado. “Minha mãe morreu após ficar 5 dias em casa sem socorro, e tivemos que atravessar o rio para tentar salvá-la. Isso é inadmissível! Estamos aqui desde maio sofrendo, e não aguentamos mais”, afirmou Marilce.
Além dela, Flávio Alves da Silva, pai de uma criança com autismo, expressou sua angústia: “Aqui tem idosos, pessoas com deficiência e crianças que não conseguem nem ir à escola. Nós perdemos tudo na enchente e seguimos sem condições mínimas de viver. As autoridades precisam olhar para a nossa realidade.”
A nova ponte, construída com permissão do Ministério Público, tem apresentado sérios problemas de estrutura, principalmente após as fortes chuvas. Na noite de ontem, a elevação do nível do Arroio Pinhal submergiu parcialmente a ponte, gerando ainda mais apreensão entre os moradores, que temem que a situação possa se repetir.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Caxias do Sul informou que a área onde a comunidade está localizada é considerada invadida e está sendo tratada judicialmente. A prefeitura, portanto, não pode intervir sem a autorização do Ministério Público. A nova ponte, que foi construída em resposta à demanda, foi solicitada pelo MP, e o caso deve ser tratado com o promotor responsável.
A manifestação, pacífica e sem armas, contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que orientou os motoristas sobre o bloqueio intermitente na rodovia. O protesto teve sistema de 'pare e siga', com 10 minutos de trânsito liberado e 5 minutos de bloqueio nos dois sentidos. Os responsáveis pela manifestação solicitaram a presença de autoridades municipais no local para resolver a questão.
O fim do protesto ocorreu por volta de 16h40, após um representante da prefeitura ir ao local conversar com os moradores.
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