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Osteoporose: doença silenciosa que tem prevenção

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Dr. Vinícius Kuhn é o coordenador do serviço que identifica e acompanha pacientes com risco de desenvolverem fraturas por osteoporose
Foto: Divulgação

Você sabia que menos de 20% das pessoas que sofrem algum tipo de fratura têm suas causas investigadas e tratadas? Infelizmente, dados como esse mostram o quanto a osteoporose ainda é uma doença invisível aos olhos do mundo. Em Passo Fundo, o Hospital São Vicente de Paulo e a Clínica IOT desenvolvem um sistema, chamado de Osteotrati, que busca mudar as estatísticas. O objetivo é identificar, junto aos atendimentos dos hospitais, os casos de fraturas por trauma de baixo impacto (queda da própria altura, após erguer objeto do chão, entre outros) e acompanhar esses pacientes para evitar que eles apresentem novas fraturas por osteoporose.

O Osteotrati é o único serviço de tratamento integrado de osteoporose do Rio Grande do Sul certificado com padrão Ouro pelo programa Capture the Fracture da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF). O Dr. Vinícius Kuhn, ortopedista e cirurgião de joelho responsável por coordenar as atividades nas Instituições, participou do programa Temática da Tua Rádio Cacique, na manhã desta quarta-feira, 27 de abril, e falou sobre o trabalho no local e a doença.

A osteoporose é uma doença silenciosa, sem sintomas ou dores, que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros. De acordo com o especialista, o diagnóstico é mais comum após os 50 anos, quando uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens apresentam uma fratura. O risco destas mulheres terem uma fratura é maior do que o risco de se ter câncer de mama, ovário e útero, somados. Para os homens é maior o risco de fraturas do que o de câncer de próstata. Além da idade ser um fator de risco importante para osteoporose, a presença de maus hábitos de vida, como sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e má nutrição também podem piorar a qualidade óssea. Doenças crônicas e seus tratamentos são outras causas conhecidas de perda de massa óssea, por isso é essencial a completa investigação por um profissional habilitado. 

A osteoporose não deve ser vista como um problema que tem uma receita padrão para todas as pessoas. Cada indivíduo possui individualidades, histórias e suas necessidades. É necessário que o profissional da saúde tenha um arsenal terapêutico vasto e investigue profundamente as causas de perda óssea. Segundo o ortopedista e cirurgião, não se deve fornecer suplementos alimentares aleatoriamente às pessoas. “Qualquer complementação vitamínica ou mineral é indicada apenas quando e na dose que a pessoa em questão necessita. Sustentar a ideia de que após tal idade todos precisam usar suplementos, em certa dose, é completamente equivocada”.

Um outro agravante da doença é que a grande maioria da população não recebe tratamento adequado, ou seja, mais de 80% das pessoas que já tiveram uma fratura não foram investigadas para evitar novas fraturas. “Precisamos que se fale mais sobre osteoporose, que tenhamos campanhas dos órgãos competentes para atuar de forma contundente nisto, pois com o tratamento adequado conseguiremos diminuir em pelo menos 50% a incidência de novas fraturas. O impacto desta redução seria enorme, porque as fraturas, mesmo que possam ser corrigidas, deixam sequelas que diminuem a qualidade de vida. Fraturas podem levar a dor crônica, perda de mobilidade, e até à morte. Então, se temos como evitar que isso aconteça, devemos agir e trabalhar com prevenção”, informa o Dr. Kuhn.

Texto: Ana Paula Koenemann/ Comunicação HSVP Passo Fundo

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