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Silêncio, serviço e doação: o legado da religiosa brasileira que faleceu na Itália, vítima do Covid-19

Baixar Áudio por Camila Agostini

Vítima do coronavírus, a gaúcha, da cidade de Garibaldi, faleceu no dia 23/03

Foto: Divulgação

“Irmã Edite, entre tantas qualidades que tinha, uma delas era o silêncio, a doação, o serviço. Era uma pessoa muito prática, de espírito administrativo. Ela renovou, transformou aquelas casas, porque, na realidade são três: temos a Casa Grande, construída por Antônio Fogazzaro, uma casa histórica muito bonita; temos a Escola da Infância e temos o Bom Pastor – uma casa que acolhe pessoas idosas autônomas. Ali, Irmã Edite, além da sua presença silenciosa, alegre e doada, ela era uma excelente administradora. E, quem conheceu aquela casa, e quem a conhece hoje, vê as grandes qualidades da Irmã Edite.”

Quem descreve a Irmã Edite Bortolini é a Ir. Elsa Rodrigues, que também faz parte da Congregação Passionistas de São Paulo da Cruz e a conheceu durante os seis anos em que esteve na Vila Montanina. A grande estrutura católica é um lugar adequado para repouso espiritual, mas também atua a serviço da comunidade e pela educação das crianças.

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A vida e história da religiosa gaúcha

Irmã Edite Terezinha Bortolini completaria 82 anos no próximo sábado, 28/03. Vítima do coronavírus, a gaúcha, da cidade de Garibaldi, faleceu no dia 23/03, na Itália, onde atuava há quase 20 anos, na Vila Montanina, pequena cidade de Velo d’Astico, na província de Vicenza, região do Vêneto.

Na comunidade, em que foi superiora até agosto de 2019, Ir. Edite foi responsável por transformar a casa que acolhia os idosos, o que veio a se tornar meta de turismo religioso e para as férias de verão das famílias, através da rica história cultural e de fé, onde atuam religiosas das mais diferentes nacionalidades.

O adeus aos familiares do Brasil

Ainda no início do ano, Irmã Edite esteve no Brasil para visitar familiares nas cidades de Canoas e Garibaldi. A sobrinha Lores Bortolini Affonso, que mora em Curitiba, no Paraná, contou que foi uma estadia de momentos muito felizes, inclusive para confraternizar com os irmãos e brincar com sobrinhos-netos.

Lores chegou a falar com a tia um dia antes de ser diagnosticada com a doença, quando já estava em estado febril: “o vírus foi fatal para ela, que já estava debilitada”, contou Lores. Por causa das medidas restritivas do Covid-19, a cerimônia de despedida não será celebrada dentro da Igreja. Impossibilitados de se despedir de Ir. Edite, Lores antecipa que os familiares estarão presentes de coração no funeral, marcado para esta sexta-feira (27), no Cemitério de Velo d’Astico:

“Irmã Edite, minha tia, esteve aqui no Brasil de janeiro e até dia 12 de fevereiro, visitando seus irmãos, seus sobrinhos, parentes e amigos, onde viveu momentos de intensa alegria junto conosco. E, feliz, retornou à Itália onde ela tinha uma missão. Havia prometido a ela que neste ano eu iria visitar e ficar um tempo com ela. Infelizmente (emocionada), não será possível. Farei a visita ao seu túmulo. É triste não poder estar junto, mas eu creio que o exemplo que ela deixa de viver os seus votos religiosos, durante mais de 60 anos, deixa o exemplo de obediência, de fé, de verdadeiro espírito de caridade e de oblação, de entrega e de jamais fazer a própria vontade.”

Por causa das medidas restritivas para controlar a difusão do coronavírus na Itália, a cerimônia de despedida de Ir. Edite Bortolini nesta sexta-feira, 27/03, não será celebrada na Igreja. 

 

Fonte: Andressa Collet – Cidade do Vaticano / Vatican News

https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-03/religiosa-brasileira-falece-italia-coronavirus0.html

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