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Hospitais filantrópicos enfrentam crise histórica

por Camila Agostini

Em nota, entidade sindical apresenta perspectivas extremamente difíceis para 2016

Foto: Divulgação

O momento exige um grande movimento que tenha por foco a informação para que toda a população gaúcha reconheça o risco que as Santas Casa e Hospitais Filantrópicos têm na continuidade do cumprimento de sua missão.

Com esse alerta, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul divulgou nota manifestando enorme preocupação com relação à situação financeira que assola a continuidade dos trabalhos nas 245 instituições de saúde sem fins lucrativos do Estado.

A diretoria do Hospital Cristo Redentor de Marau compartilhou a notificação.

Segundo pesquisa divulgada pela Federação 2015 foi um ano de dificuldades agudas e as perspectivas são extremamente preocupantes para 2016.

No ano passado, o quadro de funcionários reduziu 6% o que representa 4 mil demissões.  60% das instituições continuam com honorários médicos atrasados, 17% não conseguiram cumprir com o total dos salários de novembro e dezembro e 35% devem FGTS, INSS e IR. As dívidas acumuladas pelos hospitais alcança um valor histórico de R$ 1,4 bilhões.

Na estrutura e no atendimento, a rede que é responsável por mais de 70% do atendimento SUS no Estado, reduziu em 15% o número de procedimentos ambulatoriais. Em relação aos leitos, a redução alcançou 14%. Essa rede é detentora de 66,6% dos leitos SUS no Rio Grande do Sul.

Em 2015 não houve um cronograma linear de pagamentos por parte do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o que já está se repetindo em 2016. O corte de R$ 300 milhões, ocorrido com o final do IHOSP (programa de co-financiamento hospitalar) também ajudou a aumentar, substancialmente, a permanente crise do setor hospitalar filantrópico. Por outro lado, a União que é a maior fonte de financiamento da saúde, não tem reajustado a tabela de procedimentos. Há uma  histórica defasagem na relação receita/custo, na ordem de 60%, mas se analisadas, especificamente, a tabela de procedimentos, sem os incentivos, o déficit extrapola os 120%.

O quadro nacional é esse: 2015, 218 hospitais sem fins lucrativos, 11 mil leitos e 39 mil postos de trabalho foram fechados tendo como causa direta o subfinanciamento da saúde. Segundo dados da Confederação das Misericórdias do Brasil, a dívida do segmento filantrópico ultrapassa R$ 21 bilhões no país.

Para 2016, não se tem nenhuma expectativa de novos recursos tanto por parte da União quanto do Governo do Estado. A perspectiva é brutal: a redução nos atendimentos continuará, segundo dados da pesquisa, mais de 150 mil atendimentos ambulatoriais deixarão de ser feitos, há projeção de redução de 19% dos leitos e 60% dos hospitais afirmam que será impossível manter o quadro atual de funcionários. Este é o quadro dos 245 hospitais filantrópicos do RS.

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