Lote de kit intubação distribuído pelo Governo do Estado nesta semana é insuficiente para o Hospital Virvi Ramos
Mesmo com doações, Governo do Estado alega que a responsabilidade dos medicamentos é das instituições hospitalares
Duas instituições de saúde de Caxias do Sul receberam o kit intubação distribuído pelo Governo do Estado nesta semana. Uma delas é o Hospital Virvi Ramos, que teve acesso a 50 medicamentos utilizados para pacientes em estado grave nas UTIs Covid-19. Os remédios são sedativos e bloqueadores neuromusculares. O 3º Grupamento Logístico do Exército realiza a distribuição dos itens.
Para Tua Rádio São Francisco, a diretora executiva do Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen, afirma que a remessa é insuficiente para o atendimento. Desde março deste ano, o número de internados em UTI não diminuiu no local, ocasionando na média de uso de 12 a 15 mil desses medicamentos por mês. A quantidade de utilização depende do perfil do paciente. As unidades fornecidas pelo Estado não dariam para manter um hospitalizado durante o dia. É relatado que o poder público já forneceu cerca de 1 mil kits em uma entrega.
O Governo do Estado alega que a responsabilidade pela compra desses medicamentos é das instituições hospitalares. Antes da pandemia, não eram adquiridos pela Assistência Farmacêutica estadual. No entanto, frente à dificuldade de aquisição no país e ao aumento da demanda desde o ano passado, o governo do Estado e o Ministério da Saúde passaram a se articular para comprá-los excepcionalmente e distribuí-los às instituições com estoques críticos e que prestam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cleciane conta que as doações são bem-vindas, mas reforça que não atendem as necessidades do dia a dia. Por isso, o hospital importa o kit intubação da Turquia, uma vez que os itens no Brasil estão escassos e não estão disponíveis para todas as instituições frente à demanda. Ela conta que é necessário pagar em dólar, o que encarece a aquisição e impacta nos cofres da instituição. É colocado que esse impasse deve acontecer com o Executivo estadual, justificando o baixo lote disponibilizado.
O Virvi Ramos comprou volumes altos de medicamentos, perto de 40 mil kits. A diretora diz que a quantia grande é para estoque, pois há um temor de falta no atendimento. O montante daria de 60 a 90 dias, dependendo da medicação. O que dificulta, muitas vezes, é a burocracia para a importação. A demora é de 15 a 20 dias.
Além do Hospital Virvi Ramos, a Fundação Universidade Caxias do Sul (Fucs) recebeu 50 medicamentos do kit intubação.
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