Oncologista gaúcho avalia custo do câncer de próstata metastático para o sistema público de saúde
Baixar ÁudioEstudo liderado por Rafael José Vargas Alves, do Grupo Oncoclínicas, foi publicado no International Journal of Technology Assessment in Health Care
Foto: Divulgação
O oncologista Rafael José Vargas Alves, do Grupo Oncoclínicas, é o primeiro autor de um estudo que estima o custo do tratamento do câncer de próstata metastático, recentemente publicado no International Journal of Technology Assessment in Health Care. O trabalho aborda o emprego da metodologia chamada Custeio Baseado em Atividade e Tempo (TDABC) aplicada no caso de um hospital filantrópico do Sistema Único de Saúde (SUS).
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Dr. Rafael, essa metodologia já vinha sendo utilizada na área industrial para cálculo de custos de serviços e agora é adotada também para a área da saúde. O oncologista considera que além de uma estimativa mais acurada, o TDABC possibilita a identificação de oportunidades de melhoria nos processos, com benefícios para o paciente em toda a sua cadeia de cuidado.
“O resultado do estudo apontou que para uma mediana de sobrevida global de 1,8 ano o custo médio mensal por paciente foi de R$ 20.201,00 (US$ 5.526), sendo o custo nos últimos meses de vida foi de R$ 5.151,00 (US$ 1.409). Foram utilizados dados de pacientes que fizeram quimioterapia no Hospital Santa Rita entre setembro de 2012 e maio de 2017. Os custos levaram em conta os diferentes departamentos e serviços utilizados por eles durante o tratamento”, explica o médico, que além de atuar no atendimento clínico pacientes com câncer na Oncoclínicas RS é também professor do curso de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Na amostra de 43 pacientes, o custo total do tratamento chegou a R$ 917.000 (US$ 250.878). O Dr. Rafael explica que na avaliação das variáveis clínicas e sua relação com o custo total, um dos achados foi que os pacientes que não foram submetidos a tratamento local da próstata tiveram mais risco de apresentar um custo maior. Ele reforça ainda que informações precisas sobre custo do tratamento podem contribuir no gerenciamento de doenças e na gestão dos recursos públicos cada vez mais escassos.
O médico ampliou o assunto em entrevista ao programa Temática na manhã desta quinta-feira. Confira na íntegra.
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