ONU diz a governadores que antecipará doses de vacina para o Brasil
Reunião aconteceu nesta sexta-feira, 16/04
Foto: Reprodução/Maicon Hinrichsen/Palácio Piratini
Em reunião com governadores de estados brasileiros, nesta sexta-feira, 16/04, a Organização das Nações Unidas - ONU, e a Organização Mundial de Saúde - OMS, anunciaram a antecipação de doses de vacinas contra o coronavírus para o Brasil. Serão oito milhões de doses do consórcio Covax Facility, das quais quatro milhões serão entregues em abril e as outras quatro milhões, em maio.
Em São Paulo, o governador Eduardo Leite participou da reunião e se manifestou representando os três estados da Região Sul. Ele explicou que a proximidade do inverno é mais um motivo que causa preocupação aos governadores do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, uma vez que a queda das temperaturas faz surgir uma série de outras doenças respiratórias.
“É muito importante que possamos ouvir vocês sobre assuntos que nos desafiam, como a ampliação da vacinação, quebra de patentes e produção de medicamentos e vacinas. Meu compromisso com vocês é de que a ONU vai redobrar os esforços para auxiliar o Brasil na ampliação da imunização e aquisição de equipamentos e medicamentos. Mas sabemos que isso não é suficiente. A resposta para o coronavírus depende não apenas da vacinação, mas principalmente de cuidados sanitários”, observou a quinta secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina Mohammed.
O Rio Grande do Sul tem liderado o ranking de agilidade na vacinação entre os estados brasileiros. Das 3.604.700 doses recebidas pelo Estado, 3.313.279 já foram distribuídas aos municípios gaúchos. Quase dois milhões de pessoas já receberam a primeira dose, o que equivale a 36% da população pertencente aos grupos prioritários. A segunda já foi aplicada em mas de 480 mil pessoas, ou 9% dos grupos prioritários.
Além disso, o RS utiliza um sistema chamado de modelo de Distanciamento Controlado que analisa, semanalmente, 11 indicadores de propagação do vírus e de capacidade hospitalar. O modelo propõe protocolos sanitários que devem ser adotados pelas regiões, conforme a classificação da rodada. Nesta sexta-feira, 16/04, ele chegou à 50ª rodada e traz, pela oitava semana consecutiva, todo o Estado em bandeira preta, o que significa risco altíssimo – alta propagação do vírus e alta pressão hospitalar.
O consultor sênior do diretor-geral da OMS, Bruce Alyward, destacou que a organização está ciente da gravidade da situação enfrentada pelo Brasil. “Trabalhamos para, além da antecipação de vacinas, que o Brasil possa acessar doses extras de países da Europa e da América do Norte. Também queremos acelerar a importação dos insumos necessários para a produção de doses. Estamos cientes e fazendo o possível, mas reforçamos a importância de medidas de distanciamento social e testagem. Por maiores que sejam os efeitos econômicos, essas medidas são necessárias”, explicou.
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