Sínodo encerra convidando à prática da misericórdia
Sinodais entregaram texto ao Papa, que deverá elaborar documento
Foto: Andreas Solaro/AFP/Divulgação
Antes de encerrar o Sínodo, no domingo 25, o Papa fez um convite à Igreja para que ela pratique a misericórdia junto às famílias feridas e rompidas, e que evite utilizar sua doutrina como “pedras para jogar contra os outros”. Em vez de abordar questões específicas, Francisco resumiu o que, para ele, significou o Sínodo. “O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens e mulheres à salvação do Senhor”. Para o Papa, o Sínodo não significou encontrar soluções completas para todos os problemas e incertezas que desafiam as famílias hoje, mas estudá-las com cuidado e sem medo.
O Pontífice disse que os verdadeiros defensores da doutrina “não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão”. Conforme Francisco, isso não significa diminuir a importância das fórmulas, leis e mandamentos, mas “exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo nossos méritos nem segundo as nossas obras, mas unicamente segundo a generosidade sem limites da sua misericórdia”.
O texto final do Sínodo, aprovado pelos cerca de 300 participantes, não faz mudanças na doutrina e nos valores da família e do ensinamento do Evangelho, mas dá um passo rumo a uma maior compreensão dos divorciados recasados. Eles entregaram ao Papa um texto que apresenta caminhos para avaliar as situações caso a caso e conforme cada realidade, deixando ao Pontífice, para um possível documento que ele deverá publicar em breve, as decisões pertinentes.
Para o historiador da Igreja, o italiano Alberto Melloni, além de restaurar a sinodalidade eclesiológica, o Papa mostrou que ao menos uma família sai deste Sínodo mais livre e mais forte – a família da Igreja.
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