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Liturgia para 2º Domingo da Quaresma

por João Carlos Romanini

O direito e a justiça transfiguram a realidade.

ACOLHIDA

Animador: Queridos irmãos e irmãs em Cristo transfigurado, vencedor do mal e da morte: Paz e Bem! Hoje somos convidados a escutar o que Jesus tem para nos dizer e contemplar seu rosto luminoso, e com ele ir ao encontro do povo, principalmente dos que vivem desfigurados pelo sofrimento e exclusão, e com eles lutar por um mundo mais justo fraterno e humano, para que todos possam viver a experiência da transfiguração. Iniciemos nossa celebração cantando.

 

ATO PENITENCIAL

Animador: Na transfiguração Deus nos mostra o sonho, o ideal, o anseio de todo ser humano. Mas o pecado, além de romper a Aliança de amor e fidelidade com Deus e os irmãos, desfigura a beleza e o brilho da imagem e semelhança com Deus no ser humano. Com humildade e confiança supliquemos a misericórdia de Deus, cantando.

 

LITURGIA DA PALAVRA

Animador: Na aliança feita com Abrão, o Senhor prometeu numerosa descendência e a posse da terra. Jesus é o novo Moisés e o novo Elias, que conduz o povo à libertação e à vida. Sentados, escutemos com atenção.

 

1ª Leitura: Gn 15,5-12.17-18

2ª Leitura: Fl 3,17-4,1

Evangelho: Lc 9,28-36

 

REFLEXÃO

- Jesus convida os seus amigos mais próximos para subir à montanha. Em toda Bíblia, a montanha é símbolo da proximidade e da manifestação de Deus. Foi na montanha que Deus firmou a primeira Aliança com Abrão. Foi na montanha que Deus deu ao povo, por meio de Moisés os Dez Mandamentos, a Constituição em vista de uma sociedade igualitária. Os profetas eram homens da montanha, onde viviam em intimidade com Deus e onde Deus lhes revelava a sua vontade, que por suas vozes era anunciada ao povo. Foi na montanha das bem-aventuranças, que Jesus deu a seus apóstolos a cartilha do verdadeiro discipulado, no sermão da montanha, e da mesma montanha os enviou em missão a todas as partes do mundo. Para nós, a montanha sagrada é a comunidade onde nos reunimos para o encontro íntimo e profundo com Deus e os irmãos e irmãs.

- Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, talvez, porque mais precisassem ter, naquele momento, suas vidas transfiguradas. Pedro foi aquele que negou Jesus em algumas ocasiões. Além disso, teve dificuldades de entender o projeto de Jesus, seu messianismo. Quando Jesus ensinava sobre a dimensão do serviço, através do gesto simbólico de lavar os pés uns dos outros, Pedro resistiu e não admitia que o Mestre lhe lavasse os pés. Também, quando Jesus dizia que devida sofrer muito, que seria perseguido e morto e ressuscitaria no terceiro dia, Pedro quis desviá-lo da fidelidade plena se sua missão. Tiago e João buscavam privilégios, lugares de destaque, estar acima dos demais, e não assimilavam o sentido do serviço e da doação gratuita e plena em favor da vida e da dignidade de todos.

- Durante a Transfiguração, eles ficam radiantes e muito alegres, e isso fez com que quisessem eternizar aquele momento, à sua maneira, construindo ali três tendas, isto é, se acomodando. Jesus, porém, não permite tal coisa. Quem tem a vida transfigurada não deve se acomodar no alto da montanha, mas deve descer para a planície e ir ao encontro das pessoas e situações que precisam ser transfiguradas. Para isso, é preciso reconhecer Jesus como o Filho amado do Pai, a quem devemos sempre escutar. Não podemos ficar todo o tempo prostrados, rezando, esperando que as mudanças aconteçam magicamente, mas é preciso ser Igreja em saída e agir, agir profeticamente, lutar por políticas públicas que promovam o direito a justiça aos pobres, buscando transfigurar a realidade conforme o sonho e o projeto de Deus, que é “vida em abundância para todos”.

- Por isso, somos convidados a recomeçar todos os dias a partir de Jesus Cristo, ouvindo sua Palavra, encontrando-nos com ele em pessoa. Assim também poderemos nós viver a experiência da transfiguração, e poderemos ajudar a tantos rostos desfigurados pelo sofrimento e exclusão, a viverem também a experiência da transfiguração.

 

PRECES DA COMUNIDADE

Animador: A transfiguração de Jesus nos convida a ouvi-lo e a seguir fielmente sua Palavra, participando de sua cruz e ressurreição. Na liberdade e confiança de Filhos e filhas de Deus, elevemos a Ele nossas preces, rezando: Em vosso amor, ouvi-nos, Senhor.

1 – Senhor, ajudai-nos a ser mais atentos à vossa Palavra, realizando com alegria a vossa vontade, empenhando-nos por políticas publicas que visem o bem comum, rezemos.

2 – Senhor, que através de vossa cruz nos chamais a participar de vossa herança e vida plena, ajudai-nos a ouvir com o coração o clamor de tantos crucificados de nossos tempos, rezemos.

3 – Senhor, que sempre nos chamais à liberdade e à experiência de fé, olhai nossos jovens para que, na alegria e dinamismo de suas vidas, possam ser alegres discípulos missionários de Cristo, rezemos.

4 – Senhor, que na transfiguração nos revelais vossa glória, dai-nos olhos atentos e corações sensíveis para reconhecer vossa presença em nossos irmãos e irmãs, especialmente nos pobres e excluídos, rezemos.

 

OFERTÓRIO

Animador. Deus, ao firmar e renovar sua Aliança com a humanidade nos dá tudo, nos dá o mais precioso: o seu Filho amado, Jesus Cristo. Sejamos agradecidos e respondamos a este amor sem medida, oferecendo, neste vinho e neste pão, a nossa vida e a nossa fidelidade à Aliança. Cantemos.

 

COMUNHÃO

Animador: Na renovação da Aliança de Deus com o seu povo, Jesus Cristo nos oferece seu Corpo e seu Sangue como alimento de vida eterna. Participemos de sua Mesa, cantando.

 

Equipe de elaboração: Adélia Fontana, Ana Maria Poletto de Oliveira, Daiane Gaiardo, Geni Onzi Isoppo, Ofélia Quissini e Frei Carlos Raimundo Rockenbach

 

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