“Não posso ver atingida minha honra”, diz ex-diretor da Câmara sobre saída do cargo
Professor Machado trabalhava duas horas, três vezes por semana; Cargo de assessor padrão 6 recebe cerca de R$ 3,5 mil e benefícios
O ex-diretor da Câmara de Vereadores e atual assessor de comissão, José Ferreira Machado, foi até o plenário da Casa na tarde desta quinta-feira (28), para entregar o cargo ao presidente da comissão de Direitos Humanos no legislativo, Virgili Costa (PDT). Um dia antes, o descontentamento com seus horários de trabalho veio à tona em plenário. Para a reportagem, Machado disse que trabalhava duas horas em três dias por semana. O regime de trabalho foi estabelecido pelo próprio presidente, que adaptou a comissão à disponibilidade de Machado, que também atua em seu escritório de advocacia.
“Não posso ver atingida minha honra”, disse ao explicar que decidiu entregar o cargo. “Na realidade eu não preciso do dinheiro CC6, não preciso! Tenho duas aposentadorias e meu trabalho como advogado”, ressaltou. “Ele (Virgili) facilitou porque não posso vir todos os dias e não faço fila de assistência social, isso é com a FAS”, disse. “Minha vida não tem uma única mancha. Não sirvo de pancadaria para quem não sabe bater!”, afirmou.
Machado foi motivo de impasses entre assessores e vereadores que reclamaram que a comissão estava sempre com as portas fechadas prejudicando o atendimento ao público. Um assessor padrão 6, recebe R$ 3.587,33 mensais, mais benefícios de vales de cerca de R$ 500. Ele pretende oficializar a entrega do cargo na próxima quarta-feira (03), durante reunião da comissão.
Sem paternalismo - Virgili disse à reportagem que tinha sido informado de que a comissão de Direitos Humanos apresentava muitas demandas, mas que havia assistencialismo na condução. – A comissão era presidida, anteriormente, pela vereadora Denise Pessôa (PT). “Acho que uma comissão tem que estar disponível sem paternalismo. A hora que chegar um refugiado não podemos pegar na mão...Temos que fazer a política, estruturar. Sinto por essa situação desconfortável, ele (Machado) seria muito últil”, afirmou. (Acompanhe a notícia em áudio)
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