Assessor de comissão deixa de cumprir expediente e gera descontentamentos na Câmara
Presidente afirma que ocupação do cargo foi um convite
Foto: Noele Scur
José Ferreira Machado foi nomeado neste mês como assessor padrão 6 para a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança. A nomeação esteve no expediente interno do último dia 13. Um cargo padrão 6 recebe R$ 3.587,33 mensais. No entanto, há dias os assessores de gabinetes precisam atender ao público que procura pela comissão.
Na última quinta-feira (21) e nesta quarta-feira (27), a reportagem foi até a sala da comissão, mas a porta estava fechada, assim como ocorre praticamente todos os dias, conforme relatos. Machado trabalharia somente três vezes por semana e não cumpriria a carga horária.
Pelo menos os gabinetes dos vereadores Edson da Rosa (PMDB), Kiko Girardi (PT) e Denise Pessôa (PT), que estão localizados no mesmo andar, já atenderam demandas da comissão. Além disso, o gabinete do vereador Arlindo Bandeira (PP) também já foi acionado por pessoas que buscaram os Direitos Humanos e alguns foram encaminhados à bancada do PDT, partido do presidente, Virgili Costa.
Questionado pela reportagem, Virgili, disse que Machado foi convidado para ocupar o cargo por ser um excelente advogado. “Talvez ele precise se acostumar com os horários e com a demanda, como ele nunca exerceu esse cargo...Vamos ter que sentar e conversar! Posso dizer que foi uma grande aquisição. Vamos ter adequar esse trabalho”, disse. (Acompanhe em áudio). Virgili é conhecido por chegar com mais de uma hora de atraso às sessões plenárias, frequentemente.
Machado foi procurado pela reportagem na noite desta quarta-feira (27), mas não foi localizado. Ele tem 82 anos e foi diretor-geral da Câmara durante a gestão do presidente Edson da Rosa em 2013.
Repercussão em plenário - A reclamação de vereadores sobre o assunto veio à tona na sessão desta quarta-feira. Denise Pessôa (PT) e Rafael Bueno (PCdoB) reclamaram da afirmação do presidente Virgili à reportagem da São Francisco. O pedetista disse que a reunião da comissão de Direitos Humanos, na manhã desta quarta-feira, não ocorreu por falta de quórum e que as reuniões são quinzenais. Desta forma, não houve convocação por escrito. Denise e Rafael afirmaram que as convocações sempre ocorreram, mesmo para reuniões ordinárias, e que eles não compareceram por não terem sido informados. Eles também questionaram a falta de atendimento ao público por parte da comissão. Denise, que é ex-presidente dos Direitos Humanos da Casa, considerou que em cinco meses a comissão não se organizou para efetuar os trabalhos da forma mais adequada e Rafael mencionou que os integrantes da comissão também não foram informados que Machado era o novo assessor.
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