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UCS recebe lote piloto de próteses funcionais para amputados

por Clayton Camargo

Aparelhos serão testados em pacientes da Clínica de Fisioterapia. Projeto envolvendo academia e iniciativa privada é inédito no Brasil com foco na reabilitação física

Foto: Bruno Zulian

A Universidade de Caxias do Sul recebeu dia 21 de agosto o lote piloto de 10 próteses funcionais que serão testadas na Clínica de Fisioterapia da UCS em pacientes amputados de membros superiores. A entrega dos aparelhos representa o avanço de mais uma etapa do projeto que é inédito no Brasil. Desenvolvido entre equipes da UCS e iniciativa privada desde 2022, tem como objetivo disponibilizar próteses que, acionadas através de impulsos elétricos musculares, permitem o movimento “de pinça” a pessoas com braços amputados ou com ausência congênita desse membro – preferencialmente a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto tem aporte da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, agência ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Sua execução envolve profissionais de várias áreas da UCS, entre as quais se destacam a Agência de Inovação UCSiNOVA, médicos do corpo clínico do Hospital Geral e professores e acadêmicos de Fisioterapia, e a iniciativa privada, representada pela Longhi Engenharia e Automação, empresa caxiense que fabricou as próteses e as entregou oficialmente à Universidade.

Os aparelhos, constituídos de um sensor elétrico, suporte e três ganchos em formato de garra, entram agora em outra fase de testes clínicos, que pode levar até um ano. Essas análises serão feitas em pessoas com diferentes casos de amputação de membros superiores, que serão treinadas para acionar os sensores adaptados a cada situação. Durante essa fase também serão detectadas possíveis necessidades de aperfeiçoamento dos sistemas.

Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da UCSiNOVA, o professor Matheus Parmegiani Jahn destaca a importância de receber o lote piloto para impulsionar novas fases de desenvolvimento. “Ver as próteses prontas, em funcionamento, significa um passo muito grande nesse que é um projeto pioneiro para a saúde pública brasileira, originado de uma parceria entre academia e indústria”, pontua, ressaltando o empenho e a parceria da empresa Longhi na fabricação das peças.

O reitor da UCS, professor Gelson Leonardo Rech, presente na cerimônia de entrega, da qual também participaram diretores da Longhi, professores e acadêmicos da Clínica de Fisioterapia, disse que “o mundo agradece aos investidores, aos desenvolvedores, aos fisioterapeutas”. “Cada vez que concluímos um projeto, é uma felicidade, ainda mais quando contribuem para um mundo melhor. Projetos assim conectam o saber científico com a indústria, criando uma tecnologia de prateleira, acessível, desenvolvida com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas”, considera Rech.

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