Estabelecimentos têm queda de até 70% no movimento com bloqueio da ERS-122 em Farroupilha
Baixar ÁudioSetor empresarial também reclama do aumento do tempo de viagem até a Região Metropolitana e da dificuldade no transporte das cargas
O bloqueio na ERS-122, entre Farroupilha e São Vendelino, que já dura mais de duas semanas, está impactando significativamente o comércio da Serra Gaúcha. O trecho é uma das principais conexões entre Porto Alegre e as cidades serranas. Assim, as rotas alternativas acabam desviando os motoristas para outras regiões prejudicando os estabelecimentos que se localizam na rodovia, nas proximidades do bloqueio.
Segundo o Administrador do Centro de Compras Farroupilha, Paulo Ricardo Scariot, o movimento apresentou uma queda de cerca de 70% desde o bloqueio da rota: “Tem afetado bastante. Dos veículos de lotação, o movimento caiu 70% nesse período em que a ERS está bloqueada. Na semana antes da queda da barreira nós atendemos 12 ônibus no sábado e 12 ônibus no domingo. Depois da queda da barreira, foram quatro ônibus no sábado e quatro no domingo”, explica.
Ele salienta que essa diminuição de movimento poderá acarretar em até 40% de queda nas vendas em uma das épocas mais esperadas pelos comerciantes que é o final doa ano. “Acredito que vai passar dos 30% a queda [das vendas]. Porque o de carro continua conseguindo subir porque vem de Feliz. Agora, o de ônibus se desvia por Bento e acaba não passando mais por Farroupilha. Então apesar de lotações terem caído 70% nós temos umap revisão de que a venda total vai cair de 30% a 40% do que era previsto se estivesse liberada a rodovia”, declarou.
Segundo Scariot, a organização tem tomado medidas para pressionar o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) para que a via seja liberada o mais breve possível.
Reclamações do setor empresarial
O presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, Ivanir Gasparin, também relata que há um grande volume de reclamações dos empresários devido ao aumento de tempo para se deslocar até Porto Alegre pelas rotas alternativas, assim como para o escoamento e chegada de cargas:
“Em vez de demorar duas horas, você acaba demorando até 3 horas para chegar em Porto Alegre. Quanto às cargas, se tem um custo maior. Praticamente nós estamos ilhados hoje porque ou você vai por Carlos Barbosa ou pela BR-116, e nós estamos preocupados porque isso se chama custo. Então a reclamação está geral pela demora. A gente não consegue entender porque uma barreira é tão difícil de ser tirada”.
Gasparin também garante que a CIC está pressionando o estado para a liberação da ERS-122. “Ligamos para o governo do estado, mas infelizmente alegam que o problema é grave. Mas estamos pressionando, temos falado com os políticos da nossa região, enviando correspondências e ligações pessoais, principalmente para o DAER”.
Segundo as últimas informações do DAER, as equipes estão trabalhando para detonar e remover rochas que se encontram na encosta e que apresentam risco de queda. Porém ainda não há uma previsão de quando as ações serão concluídas para que a pista possa ser liberada. O trecho está bloqueado desde o dia 04 de novembro, quando houve a queda de barreira por conta das chuvas.
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