Igreja de Manaus busca apoio para acolher venezuelanos
As casas de acolhimento mantidas pela Arquidiocese, na capital amazonense, estão lotadas
Todos os dias, pelo menos 60 venezuelanos entram no Brasil pela fronteira com Manaus (AM). O número pode chegar a 100, segundo informações da Igreja Católica, que tem um projeto para acolher e orientar os estrangeiros, assim que pisam em solo brasileiro.
A saúde dos migrantes é motivo de preocupação dos órgãos públicos e entidades que prestam esse tipo de assistência. De acordo com o padre Orlando Barbosa, coordenador do projeto de acolhida a migrantes na Arquidiocese de Manaus, alguns estrangeiros chegam sem as vacinas necessárias para a proteção contra doenças infecciosas. “O trabalho da Igreja é acolher essas pessoas que estão fragilizadas. Muitas estão em situação de rua, chegando a Manaus. A gente tenta fazer o acolhimento dessas pessoas, com o Munícipio e as paróquias”, afirma Barbosa. Hoje, ainda há muitos venezuelanos acampados na rodoviária e nas ruas da capital amazonense.
A Arquidiocese de Manaus tem quatro casas para acolher migrantes, no estado. As famílias recebem alimento, hospedagem e orientações sobre saúde e assistência social e educacional. Segundo Barbosa, a demanda de trabalho é muito grande. O número de venezuelanos que chegam ao Brasil não para de aumentar. A Polícia Federal afirma que recebeu 4.779 pedidos de refúgio de venezuelanos, no primeiro semestre de 2018. É mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado: 2.301. Já o Ministério da Justiça aponta que 24.356 venezuelanos pediram refúgio ao Brasil, no primeiro semestre do ano.
A Venezuela vive uma grave crise de abastecimento. O Padre Orlando relata que muitas crianças chegam ao Brasil desnutridas. Por isso, pede ajuda a dioceses de outros estados. “A gente necessita de um projeto mais amplo. A Diocese de Roraima, com a Cáritas Brasileira, está propondo uma integração (no projeto) da saída dos venezuelanos de Roraima para outras cidades e dioceses. Porto Alegre está planejando receber e a gente gostaria que outras cidades também (recebessem). Pedir para acolher 20, 30, 50 pessoas. A gente pode mediar os processos de saída para uma integração melhor com as dioceses e paróquias. A Igreja tem um jeito solidário e humanitário de fazer essa acolhida”, aponta.
Boa Vista (RR) e Manaus são as capitais brasileiras que mais têm recebido venezuelanos, nos últimos meses.
Confira a entrevista completa no podcast ao lado.
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