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Situação da Codeca volta a ser foco no Legislativo caxiense

por Clayton Camargo

Encontro desta segunda-feira (13/12) foi coordenado por Adriano Bressan/PTB, vereador da Frente Parlamentar de Acompanhamento da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul

Foto: Tales Giovani Armiliato

A difícil situação financeira da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) voltou a ser discutida no plenário do Legislativo caxiense, nesta segunda-feira (13/12), durante reunião pública promovida pela Frente Parlamentar de Acompanhamento da Codeca. O encontro foi coordenado por um dos integrantes do grupo, o vereador Adriano Bressan/PTB.

A primeira manifestação foi da diretora-presidente da Companhia, Helen Machado, que apresentou algumas informações e resultados da empresa de economia mista, cuja maior acionista é a prefeitura. “Foi diminuído o prejuízo, mas ainda continua com resultados negativos. Não há receita mágica”, afirmou Helen.

Ela lembrou que limpeza urbana, obras e pavimentação são os principais eixos de ação da companhia. E, atualmente, está em vigor um grupo de Apoio e Recuperação voltado a pensar processos de gestão, alternativas, adequações, mudanças e melhorias para a Codeca.

De acordo com a presidente, 2020 finalizou com R$ 110 milhões de faturamento, mas déficit de R$ 6,7 milhões. “Nosso caixa vai fechar em R$ 7 milhões negativos e não tem como fugir de empréstimo para pagar o 13º salário. Neste ano de 2021, mesmo com nosso esforço, a receita caiu quase 5%, pois houve crescimento dos custos em relação à receita”, informou a presidente.

No que se refere à equipe funcional, existem 1.188 funcionários, mas 195 estariam afastados, sem contar faltas eventuais, comprometendo cerca de 25% do quadro. E o principal custo, segundo a diretora, seria a despesa com pessoal, que chegou a 80% de comprometimento da receita, o que tem inviabilizado novos investimentos, como a renovação da frota. Helen também relata o impacto dos custos de cartão combustível, planos de saúde e horas pagas, mas não trabalhadas pelos colaboradores, em razão do término do setor.

“Se ano que vem tivermos os dissídios nas condições que a empresa está, não teremos como dispor desses recursos”, avisa. Conforme Helen, a situação está muito severa porque o cenário mudou e a empresa não consegue absorver as despesas.

De parte da administração municipal, ainda se manifestaram a secretária municipal de Governo, Grégora Fortuna dos Passos; o titular da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Élvio Gianni; e o secretário do Meio Ambiente, João Osório Martins.

Tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Caxias do Sul (Sindilimp), Nestor Alves Borges ressaltou que estão negociando, mas, mesmo as negociações coletivas têm limites. “Nada foi ganhado até aqui. Tudo veio da conquista árdua dos trabalhadores”, frisou.

“Os trabalhadores estão saindo sem condições. Vão lá olhar. Estão indo trabalhar pelo respeito que têm pela Codeca e pela comunidade. Falando mal de trabalhadores não vamos chegar a lugar algum. A Codeca tem viabilidade, mas tem de partir de um novo formato e é preciso ter a mão do município de Caxias. Nós, trabalhadores e sindicado, da mesma forma que construímos no passado soluções para a Codeca, estamos dispostos a construirmos no presente, mas tem que dialogar”, cobrou Henrique Silva, presidente do Sindilimp, sinalizando possibilidade de conversa sobre banco de horas e térmico do setor, por exemplo. Do lado do Sindilimp, também utilizou a palavra o advogado Cândido Luís Teles da Rosa, considerando, entre outros pontos, a possibilidade de repactuação de contrato, e tecendo críticas ao modelo de governança adotado pela empresa.

Ao presidir os trabalhos, o vereador Adriano Bressan lembrou que a Casa aprovou, recentemente, aporte de R$ 4 milhões para auxiliar a Codeca, tendo em vista que a companhia amarga um prejuízo acumulado de R$ 30 milhões. “Votamos com responsabilidade porque sabemos que a empresa precisa ser recuperada, mas não aceitamos pressão. Juntos, vamos conversar e vai dar para ajustar e recuperar a empresa, mas todos têm que ceder. Não há mais como esperar, e quem puxa para trás tem que ser demitido. O time tem de jogar junto”, defendeu Bressan.

Também se posicionaram, cada um a seu modo e em defesa do que acreditam como melhor para a Codeca e para o município, os seguintes parlamentares: Rafael Bueno/PDT, Zé Dambrós/PSB, Maurício Scalco/NOVO, Lucas Caregnato/PT, Denise Pessôa/PT e Mauricio Marcon/PODEMOS. Com exceção de Bueno, os demais fazem parte da Frente que trata da companhia juntamente com outros oito legisladores.

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