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Bairro Galópolis, em Caxias, tem entrada controlada em áreas de risco e corrente solidária da própria comunidade após fortes chuvas

por Daniel Lucas Rodrigues

Prefeitura, em conjunto com as forças de segurança, planejou um acesso controlado às areas de risco do bairro. A entrada é realizada somente com autorização do Exército.

Foto: Andréia Copini/Divulgação

O bairro Galópolis, em Caxias do Sul, sofre com os impactos das fortes chuvas da última semana. A região foi afetada com deslizamentos e está em alerta para áreas de risco aos moradores. Na madrugada da quinta-feira passada, a localidade registrou um grande deslizamento que resultou na morte de cinco pessoas (três homens e duas mulheres). Até o momento, apenas um corpo foi identificado pelas forças de segurança que atuam no local. Leandro Fortes Carvalho, de 52 anos, foi a única pessoa oficialmente identificada. Três pessoas, também vítimas desse deslizamento, seguem desaparecidas. Os moradores também sofrem com o desaparecimento de Docelíria Lourenço da Silva, uma idosa de 80 anos, que foi levada pela correnteza das águas.

Desde o primeiro deslizamento ocasionado pelo temporal, Galópolis vive sob estado de atenção. A Prefeitura de Caxias do Sul, em ação conjunta com Corpo de Bombeiros, Exército e Defesa Civil, teve que evacuar boa parte do bairro por conta da identificação de áreas de risco. Atualmente, 170 famílias deixaram suas casas e foram para residência de familiares ou ao abrigo no ginásio do SESI, em Caxias. Há uma estimativa para retorno aos seus lares: 19 de maio. Porém, a volta depende das condições do solo.

Até lá, as famílias vivem como se estivessem em estado de guerra. Foi planejado um acesso controlado nas áreas de risco do bairro. É permitido o retorno de uma pessoa por residência somente em momentos que não está chovendo para pegar itens pessoais. Para isso, a pessoa deve ir até a igreja da região e se identificar para um soldado do Exército. Esse agente irá acompanhar o morador até sua casa, a fim de que recolha alguns pertences e retorne até onde está abrigado. Para evitar qualquer tipo de crime nessas residências, a Guarda Municipal realiza rondas permanentes, o que ajuda na prevenção a arrombamentos ou roubos.

Um dos moradores impactados pela mudança brusca no cotidiano do bairro é Natanael Stopassola, criado desde a infância em Galópolis. Ele reside em uma área de risco, e necessitou sair de sua casa com a família para se manter em segurança. Em entrevista ao programa Encontro Certo, da Tua Rádio São Francisco, Natanael relata que saiu de sua residência às pressas, sob forte chuva, com o que deu para recolher de roupas e demais pertences em questão de minutos. Não foi só ele que viveu essa situação, todas as famílias que moram em locais com perigo de deslizamento necessitaram deixar suas casas dessa forma.

Mesmo convivendo com esse dia a dia diferente, Natanael se mobilizou para ajudar os moradores que ficaram no bairro (e não moram em zonas de risco) e que residem em localidades distantes, muitos deles ilhados devido a bloqueios por conta de quedas de barreiras. Segundo ele, foi criada uma rede de solidariedade da própria comunidade, que arrecada alimentos e outros mantimentos para ajudar quem está em Galópolis. Um dos pontos de doação se localiza no Vantajão Atacado, na Avenida São Leopoldo, onde um carro está estacionado coletando donativos para os moradores do bairro.

Essa ação é essencial para quem está na localidade. Grande parte do bairro está isolado, com importantes ruas de acesso bloqueadas devido à quedas de barreiras, como: Rua Ângelo Basso até o Balneário Moschen; Rua Paulino Chaves; Rua João Laner Spinato; Rua José Casara até a cooperativa; Toda a área atrás da cooperativa até o Balneário Moschen; Da rua Ismael Chaves até a rua Ângelo Basso; Rua José Comerlato (início); Rua José Casa; Rua Ismael Chaves.

As fortes chuvas levaram o Cemitério de Galópolis a não poder receber sepultamentos, pois está interditado. Além disso, não estão sendo realizados velórios. As escolas precisaram ser fechadas, por conta do bloqueio de estradas que dão acesso às instituições. As escolas Ismael Chaves Barcelos e Galópolis estão com as aulas suspensas, sem previsão de retorno. Apenas a Profª Arlinda Lauer Manfro volta nesta terça-feira (07/05) na localidade.

A cada dia que passa, a palavra medo toma conta de Natanael: medo de perder tudo o que construiu em Galópolis. Segundo ele, é uma dor muito grande só de pensar que o que ele e sua família construíram pode desaparecer em instantes, ocasionado por um deslizamento de terra.

CLIQUE AQUI E CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA COM NATANAEL STOPASSOLA, MORADOR DO BAIRRO GALÓPOLIS.

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