Na noite de 27 de janeiro de 2013, o médico Álvaro Gonçalves estava em Santa Maria e chegou a ir até Boate Kiss, horas antes do incêndio que matou 242 pessoas e deixou feridas outras 636. O cirurgião, que hoje atua no Hospital Cristo Redentor de Marau, não entrou na boate, mas chegou a estacionar o veículo e conversar com um dos seguranças que, naquele momento, estava em frente ao local e teria informado que o lugar estava lotado.

Sempre que fala sobre o dia da tragédia, é impossível para ele não pensar que poderia estar entre as vítimas. Ainda assim, o que fica para reflexão, ele diz, é a dor pelos familiares. “O que aconteceu lá jamais pode ser esquecido”, enfatiza Dr. Álvaro.

Em entrevista à Tua Rádio Alvorada, o médico conta que, junto à mãe que é enfermeira, chegou a se voluntariar nos primeiros atendimentos às vítimas e familiares no ginásio do Centro Desportivo Municipal de Santa Maria para onde foram levados os corpos após a tragédia.

Acompanhe a íntegra da entrevista no player de áudio.

JULGAMENTO: Após quase nove anos, iniciou em Porto Alegre, na quarta-feira, 01/12, o  julgamento do caso. Estão no banco dos réus, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, sócio da boate Mauro Londero Hoffmann, sócio da boate Luciano Bonilha Leão, ex-produtor da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos, ex-vocalista da banda Gurizada Fandangueira. Eles respondem por homicídio simples, com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, contabilizados da seguinte forma: 242 vezes consumado, proporcional ao número de mortes, e 636 tentativas, em referência ao quantitativo de feridos.

O julgamento ocorre diariamente, a partir das 9h, com transmissão pelo youtube do Tribunal de Justiça do RS.