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Moradores detalham dificuldades de locomoção após acessos serem comprometidos no interior de Vila Cristina, em Caxias

por Alice Corrêa

Fortes chuvas levou a ponte que fazia o ligamento ao Loteamento São Pedro. Agora, precisam utilizar a passarela provisória do Exército ou a pinguela montada pelos próprios moradores

Foto: Alice Corrêa/Tua Rádio São Francisco

O Loteamento São Pedro, uma pequena comunidade de Vila Cristina, interior de Caxias do Sul, enfrenta uma série de dificuldades de locomoção e principalmente, após as fortes chuvas no mês de maio. Os moradores da localidade compartilharam a realidade dura que a comunidade vive, destacando a necessidade urgente de ajuda das autoridades.

A principal preocupação dos moradores é a falta de uma ponte que permita o acesso seguro à vila. Segundo a comunidade, há anos uma ponte que permitia o acesso estava interditada, porém, o tráfego de veículos leves e de pedestres era realizado. Contudo, com as fortes chuvas no mês de maio, ela foi levada com a correnteza.

Atualmente sem trabalhar devido a problemas de saúde, Patrícia Cúnico Noronha está em casa e observa de perto os problemas de infraestrutura que afetam a todos na comunidade. A situação se agravou quando a principal ponte da comunidade desabou, forçando os moradores a se mobilizarem para construir uma pinguela improvisada, localizada a 500 metros de suas casas.

“Quando caiu a ponte, o pessoal não tinha acesso nenhum mais,” relata Patrícia. A comunidade tentou mitigar o problema com a construção de uma pinguela, mas essa solução também enfrenta desafios. “A pinguela é retirada nos dias de chuva por medo de que seja levada embora, e acabamos ficando apenas com uma pinguela que está em péssimo estado,” explica.

As dificuldades não param por aí. A falta de acesso adequado afeta a vida cotidiana dos moradores, incluindo o transporte de compras, consultas médicas e o transporte de crianças para a escola. A situação é ainda mais complicada para pessoas com deficiências visuais e para aqueles que necessitam de atendimento médico urgente, já que a área não possui viatura de SAMU e veículos não conseguem entrar na região.

Patrícia também destaca a frustração com a falta de avanço em relação à regularização da área. A vila enfrenta um processo judicial com o Estado que alega que a região é uma invasão. “Tem uma turma aqui da chácara que já está legalizada, mas o processo é complicado. O Estado joga para o município e o município joga para o Ministério Público, e ninguém resolve nada,” explica. O processo de regularização já dura cerca de três a quatro anos, sem respostas concretas.

A principal preocupação de Rosa Natália Jesus Rodrigues é a falta de uma ponte que permita o acesso seguro à vila. "Olha, bem difícil, né? Bem difícil para o pessoal que está aqui dentro," relata Natália, destacando como a ausência de uma ponte afeta a vida cotidiana dos residentes. A falta de acesso adequado tem impacto direto na vida das crianças, que estão sem aula, e dos idosos, que enfrentam problemas para se locomover.

Entre os moradores, Roque, que tem deficiência visual, e Dona Eva, uma senhora idosa, são apenas alguns dos que enfrentam maiores dificuldades devido à situação precária. "Nós apelamos por ajuda para a Vila São Pedro," diz Natália, pedindo que a situação da vila seja reconhecida e tratada com a devida urgência.

Procurada pela reportagem da Tua Rádio São Francisco, a Prefeitura de Caxias do Sul manifestou-se por meio da assessoria de imprensa. O trecho em Vila Cristina conta com uma pinguela para pedestres, onde é área do estado. A pinguela provisória, inclusive, é um dos motivos de processo judicial. Por isso, o executivo não consegue realizar melhorias para a localidade, somente com ordem da promotoria da justiça.

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