Série Especial 'Caminhoneiros: os viajantes do progresso' - Parte 2
No segundo episódio da série, abordamos a dificuldade em cumprir a Lei do Descanso e a armadilha das drogas na vida dos motoristas que enfrentam duras rotinas de trabalho
Viver na boleia de um caminhão, percorrendo os limites desse Brasil afora não é tarefa nada fácil. Além da má conservação das estradas, muitos outros entraves acabam contribuindo para a crescente desvalorização da profissão do caminhoneiro no país. Em 2016, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou uma pesquisa que traça o perfil dos caminhoneiros brasileiros, sejam eles autônomos ou empregados de frota. Foram entrevistados 1.066 motoristas.
A maioria dos caminhoneiros, cerca de 88,4% tem conhecimento sobre a Lei do Descanso, mas 34,7% não estão satisfeitos e não a cumprem como deveria.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Caxias do Sul e Região, Tacimer Kulman da Silva enfatiza que o total cumprimento da Lei do Descanso ainda é uma dificuldade.
Para cumprir os horários estabelecidos, muitos motoristas acabam fazendo uso de medicamentos proibidos para se manterem acordados, devido às pressões da excessiva jornada e pela baixa remuneração. Para piorar a situação, os medicamentos, muitas vezes, servem como a porta de entrada para outras drogas. É uma verdadeira armadilha, que causa dependência e coloca em risco a vida de todos os usuários das rodovias.
O presidente da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (FENACAT), Luiz Carlos Neves reitera que de nada adianta a venda do rebite, por exemplo, ser proibida, se não há uma fiscalização eficiente.
Celso Saidol, também natural de Bom Princípio/RS, 44 anos de idade e há 20 de estrada, afirma que, no passado, chegou a fazer uso de rebite. Hoje em dia, ele quer distância da droga.
(Ouça as entrevistas no áudio da matéria, além de outras informações)
OUÇA AQUI O PRIMEIRO ESPISÓDIO DA SÉRIE.
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