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Novidades nos desfiles da Festa da Uva

por Luciane Modena

Três primeiras apresentações atraem 56 mil pessoas e consolidam novo formato

Os três primeiros desfiles da Festa da Uva consagraram um novo espaço e um novo estilo de contar a história da imigração, na quinta-feira (18), no sábado e no domingo (20 e 21). Foi-se o tempo em que desfilavam máquinas e outros produtos fabricados na cidade, pela Rua Sinimbu. Agora, na Rua Plácido de Castro, o desfile se torna, na verdade, um espetáculo. Com sincronia de som em todos os pontos, desde a Rua Andrade Neves até a dispersão, na Rua Treze de Maio, o novo formato agradou os 56 mil visitantes que já conferiram a atração. Luzes coloridas, instaladas em toda a extensão da rua, ajudam a compor a atmosfera da história a ser contada, com ajuda de nove carros alegóricos e 1,4 mil figurantes.

Para o roteirista do desfile, o jornalista Nivaldo Pereira, o público ficou encantado com as primeiras apresentações. “Antes, as arquibancadas eram distantes. Agora, você entra dentro da história, sente-se dentro de um teatro. Esse é um dos grandes diferenciais deste ano”, ressalta. Três fases são ilustradas no desfile: origem de uma cultura, formação de uma cultura e uma cultura em festa. O espetáculo apresenta desde as dificuldades dos italianos até a decisão de vir para o Brasil, esperando encontrar rios de vinho e árvores de salame. Ao chegar, encontram muito trabalho, aliado à possibilidade de formar raízes e cultura.

Outro destaque do desfile fica para a Orquestra Municipal de Sopros e para o Coral Municipal de Caxias do Sul. Os músicos, bem ensaiados, alegram o público com canções tradicionais, como Funiculì Funiculà, e com a esperada música-tema da festa, Imagens e Horizontes. No sábado, após o término do desfile, muitos espectadores se aglomeraram em frente ao palco, pedindo bis. O maestro Gilberto Salvagni prontamente atendeu, junto com a orquestra e os solistas Rafael Gubert, Tita Sachet, Giovana Sartori, Criscie Bordin, Maicon Cassânego e Marcos de Ros.

O carro da rainha Rafaelle Galiotto Furlan e das princesas Laura Denardi Fritz e Patrícia Piccoli Zanrosso é o mais esperado pelo público. A simpatia do trio contagia, ao final da apresentação. O espetáculo dura uma hora e meia, ao longo de 360 metros. Em caso de chuva, fica cancelado.

Mistura

Quem assistir ao desfile, verá mistura. Jovens adeptos do hip-hop dançando músicas italianas com seus passos próprios, prendas e peões gaúchos unidos à música-tema do evento. Há lembrança do índio, do combatente de guerra, dos religiosos, da indústria e de diversos aspectos da cultura local. Segundo o projetista dos carros alegóricos, Silvio de Oliveira, cerca de 30 esculturas de isopor foram montadas para os desfiles. “A resposta que precisávamos ter, que era emocionar as pessoas, já está acontecendo”, comemora.

Nanetto Pipetta

O saudoso personagem criado pelo frei Aquiles Bernardi também é lembrado, no carro alegórico que homenageia expoentes da cultura local. Frei Aquiles é homenageado junto ao cartunista Carlos Henrique Iotti, criador do Radicci; à historiadora Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro; ao escritor José Clemente Pozenatto e ainda ao poeta Ítalo João Balen; ao historiador João Spadari Adami e ao antropólogo Thales de Azevedo.

Desfiles:

26, 27 e 28 de fevereiro e 2, 3 e 6 de março

Rua Plácido de Castro - 20h

Arquibancada a R$ 30 *

PCD e acompanhante não pagam arquibancada

* Acima de 60 anos e estudantes pagam meia

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