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Vice-presidente da República, Hamilton Mourão, concede entrevista exclusiva à Tua Rádio São Francisco

Baixar Áudio por Isadora Helena Martins

Mourão chega em Caxias do Sul na manhã desta sexta-feira (22)

Foto: Divulgação

O Vice-Presidente do Brasil, General Hamilton Mourão, concedeu entrevista exclusiva à Tua Rádio São Francisco durante o programa Conectado desta sexta-feira (22). A pausa na agenda diária ocorreu momentos antes do embarque para Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, onde Mourão participará da abertura oficial da 32ª Festa Nacional da Uva 2019.

Durante a conversa com os jornalistas Tales Armiliato e Daniel Rodrigues, o vice-presidente disse que, pela primeira vez, estará visitando o evento, apesar de ser gaúcho nascido em Porto Alegre. Ele afirmou estar na expectativa de encontrar um público hospitaleiro e cordial, portador de uma história muito bonita da imigração italiana no país. “Em primeiro lugar, a Festa da Uva é tradição. E tradição é algo que eu considero fundamental porque isso sedimenta os valores de uma nação. A Festa é uma oportunidade para a gente se congregar, virem pessoas de todos os lugares do Brasil e um ótimo lugar para os negócios”, completou.

Provocado pelos apresentadores do programa sobre o gosto pela uva, a “rainha maior” da festa, o vice-presidente disse que não irá perder a oportunidade de saborear a fruta, sem esquecer de um bom vinho e um queijo da colônia. Ele também recordou a diversidade cultural do País, que constatou durante o exercício de sua profissão, como general do exército brasileiro. “Vivi em todo o país e conheço muito bem a diversidade. Na região da Serra Gaúcha foi muito importante a chegada dos imigrantes que vieram de outros países, notadamente da Itália, trazendo sua cultura. Nós brasileiros somos essa mistura de gente que veio dos mais variados lugares do mundo e aqui nos juntamos para formar essa raça brasileira. Raça distinta. Raça maravilhosa”, contemplou Mourão.

Na ocasião, o vice-presidente não fugiu aos questionamentos em relação ao encaminhamento do Governo Federal da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência à Câmara dos Deputados. Segundo Mourão, na maneira como está colocado o sistema antigo, configura-se uma pirâmide financeira. Ele disse que os mais velhos terão aposentadoria e os mais novos vão trabalhar até o último dia das suas vidas, sem ter oportunidade de se aposentar. Além disso o vice-presidente confirmou que tudo está nas mãos do Congresso e que o governo aguarda que essa nova Previdência seja aprovada no mais curto prazo possível.

Em relação à aposentadoria dos militares, Mourão afirmou que tudo está definido e eles precisarão ingressar em regras como aumento de tempo de serviço na ativa e contribuição a mais e os pensionistas que não contribuíam, deverão fazê-lo. O general também lembrou que é preciso alterar um projeto de lei em relação aos militares onde estão cinco leis diferentes. Segundo Mourão, esse foi o motivo pelo qual a iniciativa não foi apresentada nesse primeiro pacote, mas afirmou que a proposta deve sair em trinta dias.

Outro assunto mencionado durante a entrevista foi o duelo dos últimos dias entre o presidente Jair Bolsonaro e o então ministro, Gustavo Bebbiano, afastado do cargo depois de desentendimentos e vazamentos de áudios privados. De acordo com o vice-presidente, o caso do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foi uma questão de quebra da confiança entre ele e o presidente Bolsonaro. “Quando se quebra a confiança, ela não se renova mais. Isso não tem mais jeito. Obviamente houve uma falha de segurança do próprio presidente e também um ato que não foi leal do ex-ministro Bebbiano ao divulgar parcelas dos áudios e conversas privadas dos dois”, disse Mourão.

Sem recusar nenhuma pergunta, Mourão também falou sobre a participação do filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, no caso Bebbiano. Ele começou afirmando que o presidente Bolsonaro tem uma família unida, e que seus filhos são bem-sucedidos, pois ocupam cargos políticos em que foram eleitos pela maioria da população. “Tenho certeza que agora, com a acomodação que o governo está tendo, eles vão entender o tamanho da cadeira de cada um e vão se limitar a ela”, destacou.     

Sobre suas ideias particulares que sempre defendeu, mesmo antes de ser candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, consideradas por setores da sociedade como “infelizes”, Mourão disse que muitas vezes as pessoas o rotularam sem jamais conhece-lo. “Eu tenho minhas ideias que, horas podem ser aplaudidas e horas podem ser vaiadas. Isso faz parte do sistema democrático. No atual momento, como vice-presidente, a minha visão é que eu tenho que buscar um contato direto com os nossos parlamentares, diversos segmentos da sociedade, com a imprensa para que a gente consiga transmitir de forma correta as nossas ideias”, ponderou.

O vice-presidente da república, Hamilton Mourão, antes de desligar o telefone em seu gabinete em Brasília, disse que estava embarcando para Caxias do Sul já torcendo para que a Festa da Uva seja coroada de êxito, de brilhantismo e que proporcione dias de descontração. “E principalmente, que excelentes negócios sejam feitos para a geração de mais emprego e mais renda para essa região tão maravilhosa que é a Serra Gaúcha”, completou.

Para ouvir a entrevista com o vice-presidente, Hamilton Mourão, na íntegra, clique no link abaixo da foto.  

 

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