Cecília Pozza: a cultura na alma
Presidente do Conselho Municipal de Cultura de Caxias foi a entrevistada do programa Conectado Perfil desse sábado
Se hoje Maria Cecília Pozza é dedicada às causas coletivas, é porque ela teve uma inspiração muito especial: seu pai, Enio Pozza. Cecília costuma dizer esse envolvimento veio através do exemplo de seu pai, um homem que cultivou o amor pelas artes, principalmente a música. “Meu pai foi violinista e maestro, então, tenho um profundo agradecimento pelo legado que ele nos deixou”, declara Cecília.
Felicidade é a palavra pela qual Cecília resume sua infância. A atual presidente do Conselho Municipal de Cultura de Caxias do Sul – e também representante comercial - viveu no município de Imigrante, que, à época, era um distrito de Garibaldi. Lá existia a Faculdade de Filosofia dos Frades Franciscanos. Cecília recorda que, aos finais de tarde, seu pai tomava chimarrão e filosofava com os franciscanos que vinham de diversas partes do mundo. “Até hoje eu tenho uma ligação muito forte com aquele local”.
A mudança de cidade ocorreu um tempo depois. Após suas duas irmãs se mudarem para Porto Alegre para estudar, seu pai resolveu fazer as malas e partir com a família rumo Caxias do Sul. Na cidade a família morou no bairro de Lurdes, o que fez com que Cecília fosse estudar no Colégio Madre Imilda. Na escola, Cecília começou com a dita “mania” de defender as causas coletivas, tendo envolvimento com o Grêmio Estudantil. Após a passagem pelo Madre Imilda, Cecília foi estudar na maior escola de Caxias, o Cristóvão de Mendoza. Foi no Cristóvão que ela fortaleceu ainda mais o seu envolvimento com a sociedade.
Na década de 1980, Cecília também participou do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). “O Congresso da UNE de 1984 foi o primeiro depois do regime (militar), quando se fazia campanha pelas Diretas Já. Nó só tínhamos o curso de Relações Públicas na UCS, e eu fui ao congresso como delegada do curso”, lembra Cecília.
O envolvimento de Cecília Pozza com a área da cultura vem depois de suas passagens por entidades empresariais. Ela foi presidente do Sindicato das Empresas de Representação Comercial da Região Nordeste do RS; diretora da regional Nordeste da Fecomércio; além de ter sido a primeira mulher eleita vice-presidente da Fecomércio. “Eu sempre estive ligada às questões culturais. Quando estive na Federação, uma das minhas causas foi trazer o Aldeia Sesc para Caxias do Sul, que era um sonho pessoal e hoje virou um sonho coletivo”, revela.
De fato, Cecília leva a cultura na alma. “É preciso que as administrações públicas entendam a importância da cultura para a formação de cidadãos com senso crítico. É preciso que, quem produz, sejam artistas ou produtores, que estejam engajados nessa luta. É preciso que a sociedade participe, que encham os teatros, as ruas. É isso que faz uma cidade ter vida. Nó contamos a história de um povo através de sua cultura”, aconselha Cecília.
Fã do cantor e compositor caxiense Nei Lisboa, e de um dos maiores expoentes da Bossa Nova, Tom Jobim, Cecília tem uma forte ligação com a música. Ela apoia voluntariamente o grupo “Vocal sem Batuta”. “Eu faço um favor pra elas não cantando, eu faço um favor apoiando (risos). Que fique claro isso, pois eu não canto nada (risos)”, conta Cecília, em meio a risadas.
A característica de lutar por aquilo pelo qual acredita deixa marcas nas gerações da família de Cecília. “Minha família é meu esteio. É neles onde eu me apoio. Somos uma família muito unida, por isso costumamos dizer que somos uma ‘gang’ chamada família. Eu costumo dizer que eu sempre me nutro daquilo que elas têm de melhor pra eu também seguir com o meu caminho”, declara Cecília, emocionada.
Ouça a entrevista completa nos podcasts e conheça mais histórias de Cecília Pozza: PARTE 1 I PARTE 2 I PARTE 3
Comentários