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Estudantes da UCS promovem ocupação em defesa do Bloco H

Baixar Áudio por Isadora Helena Martins

Espaço foi fechado para reforma sem aviso prévio a estudantes e professores. Alunos dos cursos de Humanidades temem que o espaço seja destinado somente ao curso de Medicina e cobram explicações da instituição.

Foto: Divulgação / DCE UCS

Ao retornarem para as aulas neste semestre, os estudantes e professores dos cursos da Área de Humanidades da Universidade de Caxias do Sul (UCS) foram surpreendidos com o fechamento Bloco H e realocação das aulas em outros espaços da instituição. A justificativa da universidade foi que o espaço passaria por reformas.

O que preocupa os estudantes é a falta de explicações por parte da gestão da UCS sobre qual será o destino do Bloco H, que desde a criação da universidade foi destinado para os cursos de História, Letras, Licenciaturas e Serviços Social, por exemplo.

Conforme Hector de Oliveira Vieira, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UCS, ainda no ano passado começaram a circular informações de que o Bloco H passaria por reformas estruturais para abrigar, no 3º andar, um laboratório para o curso de Medicina. O movimento estudantil solicitou mais informações sobre o projeto e sobre aonde seriam alocadas as aulas dos cursos de origem do bloco, porém não obtiveram retorno. Diante do temor da retirada dos cursos de Humanidades do espaço e para cobrar respostas da reitoria, os estudantes decidiram, em assembleia, fazer uma ocupação do Bloco H, ato que iniciou na última sexta-feira (04/03).

O presidente do DCE enfatiza que o objetivo da manifestação é cobrar respostas referentes ao destino do Bloco e exigir equidade de investimentos em todas as Áreas do Conhecimento. “Nós não somos contrários aos investimentos na estrutura da universidade, muito pelo contrário. Nós somos entusiastas que a nossa universidade cresça e se fortaleça. Infelizmente essa postura, com esse projeto impositivo, feito sem diálogo, tem sido muito intransigente. E é estranha a postura da universidade que cortou a água e a luz do bloco deixando os estudantes que estão ali desassistidos, também de colocar os tapumes com os estudantes lá dentro e ainda de enviar os seguranças de uma forma que aparenta coação dos estudantes, mas nós permanecemos mobilizados”.

A estudante Gabriele Patzlaff, Coordenadora do Centro Acadêmico de Estudantes de História (CAEH), afirmou à reportagem que desde o início da ocupação a universidade enviou representantes para uma tentativa de diálogo apenas uma vez. “Eles foram lá no primeiro dia da ocupação solicitar uma reunião. Nós combinamos que essa reunião seria no Bloco H mesmo, porque não sairíamos de lá. Depois eles divulgaram uma nota dizendo que a gente se negou a participar da reunião que seria em outro bloco e disseram que nós não estamos abertos ao diálogo, quando nós mesmos nos propomos a conversar e estamos aguardando a presença deles”.

Ela ainda afirmou que, diante das informações extraoficiais de que o Bloco H seja totalmente destinado para os cursos da Área das Ciências da Vida, como Medicina, um dos objetivos deste movimento é desmobilizar os estudantes dos cursos de Humanidades. “De dentro do Bloco H partiram muitos movimentos de luta em defesa da universidade comunitária, dos estudantes e da qualidade dos estudos, então, é um bloco que realmente incomoda. No nosso entendimento, essas reformas não são apenas para ampliar o curso de Medicina, mas também servem para enfraquecer o movimento estudantil”.  

As supostas mudanças de salas e realocações de cursos não teriam sido comunicadas com clareza nem mesmo ao corpo docente da universidade, segundo o presidente do DCE. “Tivemos relatos que no próprio ajuste da matrícula, já que teve essa realocação das salas e dos blocos, não teve tempo hábil para os funcionários se organizarem. Até mesmo os professores tiveram que retirar os seus materiais do Bloco H às pressas”.  

Conforme relato dos representantes do movimento estudantil, até o momento não houve mais sinalizações para o diálogo por parte da gestão da UCS, dessa forma a ocupação segue por tempo indeterminado. Para manter a mobilização dos estudantes que ocupam o prédio do Bloco H 24h por dia, no local está ocorrendo a venda de livros usados e também está disponível o PIX solidário nas redes sociais do CAEH (@caehucs), para quem quiser apoiar a causa.

A reportagem tentou contato com a reitoria da UCS, mas, até o momento da publicação desta matéria, não obteve retorno.  

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