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Empresário do ramo diz que preços elevados das carnes não devem mudar no curto prazo

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Matheus Longo, proprietário de frigorífico em Marau, explica os fatores que desenharam o cenário atual

Foto: Camila Agostini / Tua Rádio Alvorada

Estimativas do setor econômico demonstram que o preço da carne bovina subiu mais de 30% nos últimos 12 meses. No curto prazo, as cotações devem continuar em patamares elevados. É o que projeta o empresário, Matheus Longo. Proprietário de frigorífico em Marau, Longo explica que são vários os fatores que justificam o preço salgado da carne de gado.

“Um dos principais segue sendo a alta do dólar. Mas historicamente, também o êxodo rural observado nos últimos 20 anos também interfere na agropecuária, já que, os que optam por permanecer no campo, se dedicam à produção de cereais, mais rentável e lucrativa. Desde 2018, houve um aumento de mais de 40% de exportação de gado em pé pra países como Turquia, Egito. E os poucos rebanhos ainda existentes acabam abastecendo o mercado externo. Além disso, a estiagem de 2019 prejudicou as áreas de campo e diminuiu em 35% a população de nascimento de terneiros. Tudo isso somado aumento de insumos e à pandemia, quando países como a China, desabastecidos, inclusive pela peste africana, demandaram maior volume de matéria-prima de proteína, fez com que o cenário de hoje se estabelecesse. Apesar da diminuição do consumo, a produção interna não supre nem o consumo atual. Assim, competimos e entregamos no mercado interno, uma carne com custo de mercado externo”, destaca o empresário.

Esta realidade, porém, já está instaurada em outros países há muitos anos, diz Matheus Longo. Isso porque a criação de gado requer ampla extensão territorial. Vale dizer que o Brasil teve essa área diminuída aceleradamente em detrimento a outras culturas, sobretudo a de cereais.

Para o empresário, a curto prazo, o cenário não vai mudar: “é uma projeção minha. O ramo não está em extinção, como muitos vêm afirmando. Com políticas de valorização, certificação das carnes bovinas e aumento de remuneração do produtor, o mercado deve se reestabelecer. Mas o preço, sob meu ponto de vista, não deve diminuir. A longo prazo, com produção maior, o que podemos esperar, eu acredito, é que com mais investimentos em programas de genética, de nutrição, tecnologia para o rebanho, a qualidade vai se sobrepor à quantidade.   Talvez o consumo de carne bovina, para muitos, passe a ser para poucas ocasiões”.

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